Por Redação O Norte
João Pessoa (PB) — 3 de novembro de 2025
A popularização das ferramentas de inteligência artificial inaugurou uma nova fronteira para o jornalismo — e também para a desinformação. Plataformas automatizadas têm sido usadas para criar e publicar notícias inteiras, sem apuração humana e, em muitos casos, com fatos totalmente inventados.
Levantamento da organização internacional NewsGuard identificou mais de 2 mil sites de “notícias” gerados por IA em 16 idiomas diferentes. A maioria opera de forma anônima e produz conteúdo em escala industrial, com aparência jornalística, mas sem qualquer compromisso com a veracidade.
Um estudo recente publicado pela Tom’s Guide aponta que 45% das matérias geradas por IA contêm erros factuais graves, enquanto 81% apresentam algum tipo de distorção — desde fontes inexistentes até dados descontextualizados.
O fenômeno preocupa pesquisadores e profissionais da comunicação. A inteligência artificial pode ser uma grande aliada da informação, mas também uma arma poderosa para confundir o público”, afirma Cristovão Pinheiro, especialista em comunicação política e discurso
A dificuldade de distinguir textos humanos de produções automatizadas ameaça a credibilidade da imprensa e fragiliza a confiança social. Em países polarizados, o impacto é ainda maior: notícias falsas ganham velocidade e alcance, especialmente nas redes sociais.
Especialistas defendem a criação de selos de autenticidade, protocolos de transparência no uso de IA e educação midiática para o público. Enquanto isso, a recomendação é simples: checar a fonte, comparar versões e desconfiar de manchetes espetaculares.
Foto: Gerada por Gemini