Mercado reduz previsão da inflação de 4,51% para 4,49% este ano

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O mercado financeiro reduziu a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, de 4,51% para 4,49% neste ano, conforme revelado no Boletim Focus desta segunda-feira (18). O levantamento, divulgado semanalmente em Brasília pelo Banco Central (BC), reflete as expectativas das instituições financeiras em relação aos principais indicadores econômicos.

Para o ano de 2024, a projeção da inflação permaneceu estável em 3,93%, enquanto para 2025 e 2026, as estimativas apontam para 3,5% em ambos os anos.

A previsão para 2023 está acima do centro da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central, que é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O intervalo fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) compreende um limite inferior de 1,75% e um superior de 4,75%.

Conforme indicado no último Relatório de Inflação do BC, há uma probabilidade de 67% de o índice oficial ultrapassar o teto da meta em 2023. A projeção do mercado para a inflação em 2024 também supera o centro da meta estabelecida em 3%, mas ainda se mantém dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

O aumento nos preços dos alimentos em novembro exerceu pressão sobre a inflação, resultando em um IPCA de 0,28%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse percentual foi superior à taxa registrada em setembro, que teve um acréscimo de 0,24%.

No acumulado do ano, a inflação atingiu 4,04%, enquanto nos últimos 12 meses, o índice alcançou 4,68%.

Juros básicos

O Banco Central utiliza a taxa básica de juros, conhecida como Selic, como o principal instrumento para alcançar a meta de inflação. O Comitê de Política Monetária (Copom) definiu a Selic em 11,75% ao ano. Após quedas sucessivas no final do primeiro semestre, a inflação registrou um aumento na segunda metade do ano, conforme previsto por economistas.

Em resposta ao comportamento dos preços, o BC reduziu a Selic pela quarta vez no semestre durante a última reunião do Copom, que foi também a última do ano. O comunicado do Copom indicou a intenção de continuar com cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões, sem especificar quando cessarão as reduções, dependendo do comportamento da inflação no primeiro semestre de 2024.

O mercado financeiro projeta que a Selic encerrará 2024 em 9,25% ao ano. A primeira reunião do Copom em 2024 está marcada para 30 e 31 de janeiro. As projeções para o final de 2025 e 2026 indicam Selic em 8,75% ao ano e 8,5% ao ano, respectivamente.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic em 12 vezes consecutivas, respondendo ao aumento nos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes consecutivas.

Antes desse ciclo de aumento, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, atingindo o nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Essa redução ocorreu em resposta à contração econômica causada pela pandemia de COVID-19, quando o Banco Central buscou estimular a produção e o consumo. A taxa permaneceu no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, impactando os preços, pois os juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas, ao definir as taxas de juros para os consumidores. Taxas mais altas podem dificultar a expansão da economia. Por outro lado, a redução da Selic tende a tornar o crédito mais acessível, incentivando a produção e o consumo, mas também pode afetar o controle da inflação.

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano manteve-se em 2,92%. Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é de um crescimento de 1,51%. Já para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta uma expansão do PIB em 2% para ambos os anos.

Surpassando as projeções, no terceiro trimestre deste ano, a economia brasileira registrou um crescimento de 0,1% em comparação com o segundo trimestre de 2023, conforme apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de janeiro a setembro, a alta foi de 3,2%.

Com esse desempenho, o PIB atingiu novamente o maior patamar da série histórica, ficando 7,2% acima do nível registrado nos três últimos meses de 2019, antes da pandemia.

A previsão para a cotação do dólar está em R$ 4,93 para o final deste ano. Para o encerramento de 2024, a expectativa é que a moeda americana alcance o valor de R$ 5.

Congresso deve aprovar Orçamento da União nesta semana

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Na próxima quarta-feira (20), o Congresso Nacional promulgará a reforma tributária, conforme previsto pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Essa previsão foi feita após a conclusão da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/19, na última sexta-feira (15).

Esta semana marca o encerramento dos trabalhos parlamentares em Brasília, com sessões conjuntas do Congresso Nacional, presididas por Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado.

Na quinta-feira (21), está prevista uma nova sessão do Congresso para a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLN 4/2023) e da Lei Orçamentária Anual para 2024 (PLN 29/2023), esta última ainda em tramitação. Uma das novas disposições orçamentárias para o próximo ano é a obrigação do governo federal de alocar recursos para empenhar as emendas parlamentares impositivas até o primeiro semestre de 2024.

Além disso, espera-se que o Plenário da Câmara dos Deputados vote a Medida Provisória (MP) 1185/2023, que regula a isenção tributária para créditos fiscais provenientes de subvenção para investimentos. A MP, aprovada na semana passada em comissão mista, deve ser aprovada separadamente nas duas Casas do Congresso até 7 de fevereiro do próximo ano.

Essa medida provisória das subvenções regulamenta a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determina a inclusão dos créditos fiscais na base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A projeção do Ministério da Fazenda estima um aumento de R$ 35 bilhões na arrecadação do governo federal.

Outro tema de interesse arrecadatório é a votação final na Câmara dos Deputados do PL 3.626/2023, que regulamenta os jogos de aposta fixa, conhecidos como “bets”, populares no Brasil, principalmente entre os torcedores de futebol. O Senado modificou o texto inicialmente aprovado na Câmara, reduzindo a alíquota de imposto de 18% para 12% a ser paga pelas empresas que exploram as apostas.

Paulo Gonet Assume como Procurador-Geral da República em Cerimônia Oficial

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Em uma cerimônia realizada hoje, Paulo Gonet tomou posse como o novo procurador-geral da República, sucedendo Augusto Aras. Indicado pelo presidente Lula e aprovado pelo Senado, Gonet assume a liderança do Ministério Público Federal (MPF) com a responsabilidade de representar o órgão em importantes julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Gonet, que é formado em direito, possui uma sólida trajetória como subprocurador-geral desde 2012, além de ser reconhecido como professor universitário. Sua atuação recente na Justiça Eleitoral como vice-procurador-geral, no período de 2021 a 2023, contribui para uma experiência diversificada nas instâncias jurídicas do país.

O novo procurador-geral da República assume um mandato de dois anos, durante os quais terá a responsabilidade de conduzir o MPF em sua missão de promover a justiça e a defesa do interesse público. Ele substitui Augusto Aras, que deixou o cargo em setembro, mantendo-se interinamente ocupado por Elizeta Ramos até a posse oficial de Gonet.

Dentre as atribuições do procurador-geral, destaca-se o papel fundamental na proposição de investigações e processos contra autoridades detentoras de foro privilegiado, incluindo o presidente da República. A nomeação de Gonet promete trazer novos rumos para a atuação do Ministério Público Federal, reforçando seu compromisso com a justiça e a defesa dos interesses da sociedade brasileira.

Câmara aprova MP que restringe dedução do ICMS e reforça caixa em 2024

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A Medida Provisória (MP) 1.185 foi aprovada pelo plenário da Câmara dos Deputados com 335 votos a favor, 56 contra e uma abstenção. A MP restringe a dedução de incentivos fiscais estaduais do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Todas as emendas da oposição foram rejeitadas, e o texto seguirá diretamente para o plenário do Senado Federal, onde será votado na próxima semana.

A MP é uma iniciativa do governo para obter R$ 168 bilhões extras, buscando zerar o déficit primário em 2024. Com potencial de arrecadação de R$ 35 bilhões no próximo ano, a medida corrige uma distorção causada pela derrubada de um veto a uma emenda de uma lei de 2017.

Nesse ano, uma lei autorizou as empresas a usarem incentivos fiscais do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para deduzirem gastos com custeio e investimento. Em abril, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a subvenção só poderia ser usada para deduzir gastos de investimentos.

Em agosto, o governo editou a MP para regulamentar a decisão judicial e limitar a dedução de IRPJ e CSLL aos gastos das empresas com investimentos, como modernização do parque produtivo e compra de equipamentos. A regulamentação antecipada permite que o governo inicie a cobrança sem aguardar o julgamento de recursos no Supremo Tribunal Federal (STF).

Mudanças

A Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória (MP) com todas as alterações propostas pelo relator, deputado Luiz Fernando Faria (PSD-MG), na comissão especial. Em troca de restringir a ajuda financeira do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o Congresso aceitou a inclusão de um mecanismo de transação tributária, semelhante ao existente desde 2020. Esse mecanismo permite que as empresas renegociem, com até 80% de desconto, o passivo de R$ 90 bilhões acumulado desde 2017, caso dividam o valor em 12 meses. Para prazos mais longos, o desconto variará entre 50% e 35%.

A estimativa de R$ 35 bilhões está mantida, pois a cobrança incidirá sobre as futuras receitas, com a renegociação abrangendo apenas o valor que deixou de ser pago nos últimos seis anos.

O relator também reduziu pela metade o prazo para que a Receita Federal reembolse as empresas que utilizarem a subvenção do ICMS corretamente para abater investimentos, diminuindo de 48 para 24 meses. Empresas do setor de comércio e serviços também foram autorizadas a usar as ajudas financeiras estaduais para investimentos.

Outra mudança importante foi a Receita Federal passar a receber os pedidos assim que as receitas da subvenção forem reconhecidas, não no ano seguinte. Com essa alteração, os créditos tributários (descontos no pagamento de tributos) poderão ser utilizados durante a execução da obra ou do investimento, não após a conclusão do empreendimento, como previa o texto original da MP.

JCP

A principal mudança aprovada foi a manutenção parcial dos juros sobre capital próprio (JCP). Esse mecanismo permite que as empresas abatam do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) parte dos lucros distribuídos aos acionistas.

Inicialmente, o governo havia proposto a extinção desse mecanismo, argumentando que estava defasado e sendo usado por grandes empresas para reduzirem o pagamento de tributos. A Câmara dos Deputados, no entanto, incluiu uma solução intermediária que visa restringir abusos no uso do JCP pelas empresas.

O fim do JCP resultaria em um aumento na arrecadação de R$ 10,5 bilhões no próximo ano. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo editará medidas administrativas para aumentar a arrecadação, sem depender do Congresso, como forma de compensar a manutenção parcial do JCP.

Leilão de Transmissão termina com três lotes arrematados, diz Aneel

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O Leilão de Transmissão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na B3, em São Paulo, foi concluído com sucesso, negociando os três lotes disponíveis. Os resultados foram os seguintes:

– Lote 1: Vencedor – State Grid Brazil Holding S.A., por R$ 1.936.529.074,68, com deságio de 39,90%.
– Lote 2: Vencedor – Consórcio Olympus XVI, por R$ 239.500.000,00, com deságio de 47,01%.
– Lote 3: Vencedor – Celeo Redes S.A., por R$ 101.200.000,00, com deságio de 42,39%.

O chamado megaleilão prevê investimentos de R$ 21,7 bilhões, sendo o maior valor já anunciado. O deságio médio do certame foi de 40,85%, representando uma economia de R$ 37,9 bilhões para o consumidor final. Os três lotes contemplam 4.471 quilômetros de linhas de transmissão e subestações com capacidade de transformação de 9.840 MVA, distribuídos em Goiás, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins.

O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, destacou a competitividade e o significativo deságio alcançado, ressaltando a importância do leilão para a reconfiguração do sistema. O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, enfatizou que, somente neste ano, foram contratados R$ 40 bilhões em linhas de transmissão no Brasil, gerando impactos positivos em diversos estados, com previsão de assinatura dos contratos de concessão em 3 de abril de 2024 e estimativa de geração de 37 mil empregos diretos e indiretos.

Caixa paga novo Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 5

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Nesta sexta-feira (15), a Caixa Econômica Federal realiza o pagamento da parcela de dezembro do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 5. Pelo terceiro mês consecutivo, o benefício inclui um adicional para mães de bebês de até seis meses de idade, conhecido como Benefício Variável Familiar Nutriz. Esse adicional corresponde a seis parcelas de R$ 50, visando garantir a alimentação das crianças.

Com o novo acréscimo, que destina R$ 20 milhões a 420 mil mães neste mês, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome anuncia a conclusão da implementação do novo Bolsa Família. Além do adicional para mães, o programa também oferece acréscimos de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos, e um adicional de R$ 150 a famílias com crianças de até 6 anos.

O valor mínimo do benefício é de R$ 600, e com o novo adicional, o valor médio do benefício sobe para R$ 680,61. Neste mês, o programa de transferência de renda do Governo Federal alcançará 21,06 milhões de famílias, totalizando um gasto de R$ 14,25 bilhões.

Desde julho, está em vigor a integração dos dados do Bolsa Família com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), que conta com mais de 80 bilhões de registros administrativos referentes a renda, vínculos de emprego formal e benefícios previdenciários e assistenciais pagos pelo INSS. Essa integração permitiu a inclusão de 190 mil famílias no programa em dezembro, graças à política de busca ativa baseada na reestruturação do Sistema Único de Assistência Social (Suas). Desde março, 2,85 milhões de famílias foram incorporadas ao Bolsa Família.

Regra de proteção

Em dezembro, aproximadamente 2,47 milhões de famílias se enquadram na regra de proteção do Bolsa Família. Esta regra, implementada desde junho, possibilita que famílias cujos membros obtenham emprego e experimentem uma melhoria na renda recebam 50% do benefício ao qual teriam direito, por até dois anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo. Para essas famílias, o benefício médio ficou em R$ 372,39.

Reestruturação

Desde o início do ano, o programa social voltou a ser chamado de Bolsa Família, e o valor mínimo de R$ 600 foi garantido após a aprovação da Emenda Constitucional da Transição. Essa emenda permitiu o gasto de até R$ 145 bilhões fora do teto de gastos neste ano, dos quais R$ 70 bilhões estão destinados a custear o benefício.

O adicional de R$ 150 foi incorporado ao programa em março, após o governo realizar uma revisão no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) para eliminar fraudes.

No modelo tradicional do Bolsa Família, os pagamentos ocorrem nos últimos dez dias úteis de cada mês. Em dezembro, o calendário é antecipado, e as parcelas são liberadas antes do Natal. Os beneficiários podem consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, utilizado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

Auxílio Gás

Nesta sexta-feira, o Auxílio Gás será pago às famílias cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) com NIS final 5. O valor do benefício foi ajustado para R$ 104, refletindo as recentes reduções no preço do botijão.

Programado para continuar até o final de 2026, o programa beneficia cerca de 5,3 milhões de famílias. Com a aprovação da Emenda Constitucional da Transição e da medida provisória do Novo Bolsa Família, o Auxílio Gás foi mantido em 100% do preço médio do botijão de 13 kg até o final do ano.

Apenas as famílias incluídas no CadÚnico e com pelo menos um membro que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC) têm direito ao Auxílio Gás. A lei que instituiu o programa estabeleceu que a mulher responsável pela família tem preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.

Desafios e Estratégias na Política: Cristovão Pinheiro destaca a importância de envolvimento em segmentos para alcançar sucesso duradouro

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Com a crescente politização de temas como religião, judiciário e segurança, torna-se uma tarefa desafiadora para os políticos se destacarem no cenário atual. A busca por visibilidade e sucesso na política muitas vezes é marcada por estratégias de marketing que proporcionam um êxito temporário, porém efêmero.

Congresso derruba veto à desoneração da folha de 17 setores econômicos

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Em uma sessão conjunta do Congresso Nacional realizada nesta quinta-feira (14), senadores e deputados federais decidiram derrubar o veto presidencial ao projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamento para 17 setores econômicos e pequenos municípios até 2027. No Senado, 60 votos foram a favor da derrubada do veto, contra 13 contrários. Na Câmara, a derrubada do veto recebeu o apoio de 378 votos, enquanto 78 parlamentares optaram por manter o veto presidencial.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia vetado a medida, alegando que a desoneração reduz a contribuição para a Previdência Social, sendo inconstitucional por não apresentar o impacto financeiro orçamentário nem indicar a compensação dessas perdas. A política de desoneração da folha, implementada em 2011 como uma medida temporária, tem sido prorrogada desde então.

O Ministério da Fazenda defendia a discussão da desoneração juntamente com a reforma tributária sobre a renda, planejada para 2024, e prometeu apresentar uma proposta alternativa.

A derrubada do veto foi apoiada pelo presidente do Congresso Nacional, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que argumentou que a medida pode evitar demissões nos setores beneficiados. Ele também defendeu que as alternativas à desoneração sejam apresentadas com a medida em vigor, proporcionando previsibilidade aos 17 setores afetados.

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou a decisão de derrubar o veto, sugerindo que o Congresso poderia discutir uma alternativa à desoneração. Ele expressou sua preocupação com a possibilidade de impor uma derrota ao governo, argumentando que o Ministro Haddad estava disposto a negociar uma transição para a desoneração.

Entenda

O projeto, aprovado pelo Congresso em outubro, estende a contribuição para a Previdência Social de setores intensivos em mão de obra até 2027, variando entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta. Antes de 2011, esses setores contribuíam com 20% da folha de pagamento para a Previdência Social.

Os 17 setores que se beneficiam da desoneração da folha incluem confecção e vestuário; calçados; construção civil; call center; comunicação; empresas de construção e obras de infraestrutura; couro; fabricação de veículos e carroçarias; máquinas e equipamentos; proteína animal; têxtil; tecnologia da informação (TI); tecnologia de comunicação (TIC); projeto de circuitos integrados; transporte metroferroviário de passageiros; transporte rodoviário coletivo; e transporte rodoviário de cargas.

Conselho de Ética da Câmara abre processo contra André Janones

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Ontem (13), o Conselho de Ética da Câmara decidiu abrir um processo contra o deputado André Janones (Avante-MG) em relação a uma suposta prática de esquema de desvio de parte dos salários de assessores, conhecida como “rachadinha”. O processo foi iniciado a partir de uma representação do PL e poderá resultar na cassação do mandato do deputado. As suspeitas surgiram com a divulgação de áudios nos quais o parlamentar solicita o repasse de parte dos salários para auxiliar no financiamento de campanhas eleitorais.

Na semana passada, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de um inquérito para investigar o caso. A autorização foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) após o recebimento de notícias-crime apresentadas por oposicionistas de Janones.

Na Câmara, após a aprovação da abertura do processo pelo Conselho de Ética, o presidente do colegiado, deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA), designará um relator a partir de uma lista tríplice escolhida por sorteio. Após a seleção do relator, será elaborado um parecer preliminar sobre a continuidade do processo, o qual será novamente votado no Conselho. A fase de investigação, com possível coleta de provas, só será iniciada em caso de aprovação. O processo tem um prazo de 90 dias para conclusão.

Ao final do processo, o colegiado decidirá pela absolvição ou punição do deputado, podendo incluir sanções desde advertência até suspensão e cassação de mandato. Neste último caso, a decisão deverá ser submetida à aprovação do plenário.

Em suas redes sociais, o deputado Janones negou qualquer irregularidade, justificando o áudio em que solicita recursos aos assessores como uma “vaquinha” voluntária para cobrir despesas de campanha.

Comércio varejista recua 0,3% em outubro, diz IBGE

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O comércio varejista registrou uma queda de 0,3% no volume de vendas em outubro deste ano em comparação com o mês anterior, após um aumento de 0,5% em setembro, conforme revelado pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (14).

Cristiano Santos, gerente da pesquisa, destaca que as variações têm se mantido próximas a zero desde fevereiro, indicando estabilidade na leitura mensal, exceto nos meses de março (0,7%), maio (-0,6%) e julho (0,7%). Ele observa que esse padrão reflete um retorno ao comportamento pré-2020, antes das variações mais acentuadas durante a pandemia, com números ainda mais modestos do que o padrão anterior à Covid-19. No entanto, a perspectiva de médio prazo é positiva, com crescimento nos acumulados do ano e em 12 meses.

Apesar da queda em outubro, o comércio apresentou resultados positivos em outras análises: 0,1% na média móvel trimestral, 0,2% em comparação com outubro do ano anterior, 1,6% no acumulado do ano e 1,5% no acumulado de 12 meses.

Na transição de setembro para outubro, a diminuição de 0,3% foi impulsionada por quedas em cinco das oito atividades pesquisadas pelo IBGE: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,7%), tecidos, vestuário e calçados (-1,9%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%), combustíveis e lubrificantes (-0,7%) e móveis e eletrodomésticos (-0,1%).

Apenas três atividades do varejo apresentaram crescimento no mês: livros, jornais, revistas e papelaria (2,8%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,2%).

A receita nominal do varejo teve uma diminuição de 0,1% em comparação com setembro deste ano, mas cresceu 1,9% em relação a outubro de 2022, 4% no acumulado do ano e 5,1% no acumulado de 12 meses.

Varejo ampliado

Os setores de veículos, peças e materiais de construção, categorizados como varejo ampliado, registraram aumento no volume de vendas de setembro para outubro. No segmento de veículos, motos, partes e peças, observou-se um crescimento de 0,3% em relação ao mês anterior, 10,5% na comparação com outubro do ano passado, 7,3% no acumulado do ano e 5,4% no acumulado de 12 meses.

Quanto aos materiais de construção, verificou-se uma elevação de 2,8% na comparação com setembro e de 6,4% em relação a outubro de 2022. No entanto, esses setores acumulam quedas de 2,1% no ano e de 3,4% no acumulado de 12 meses.