Comissão do Senado aprova redução de jornada sem corte no salário

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Nesta terça-feira (12), a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou, por 10 votos contra 2, um projeto de lei que possibilita a redução da jornada de trabalho sem a diminuição do salário do trabalhador. Contudo, a proposta estabelece uma exceção para os casos em que a redução salarial seja acordada entre trabalhadores e patrão em convenção coletiva de trabalho. Devido à aprovação em caráter terminativo, o projeto seguirá para análise da Câmara dos Deputados.

O senador Paulo Paim (PT-RS), relator do texto, afirmou que a proposta oferece a oportunidade de criar novos postos de trabalho, contribuindo para a redução das taxas de desemprego e promovendo uma distribuição de renda mais equitativa. Ele destacou que pesquisas indicam que a redução da jornada pode aumentar a produtividade, estimulando o crescimento econômico, além de melhorar a saúde mental e física dos trabalhadores. Paim ressaltou que diversos países, incluindo França, Alemanha, Espanha e Dinamarca, já discutem modelos laborais com redução da jornada sem cortes nos salários.

O relator também mencionou que acatou a sugestão do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) para permitir a redução salarial nos casos em que houver aprovação em convenção coletiva. Paim consultou a Constituição para embasar essa decisão.

Por outro lado, Paim rejeitou uma emenda proposta pelo senador Laércio Oliveira (PP-SE), que incluía a possibilidade de as horas reduzidas serem compensadas por acordo entre as partes, com anuência das entidades sindicais, sem a necessidade de passar por acordo coletivo. A emenda não foi aceita, levando Laércio e o senador Dr. Hiran (PP-RR) a votarem contra o projeto.

Vale ressaltar que a medida de redução de jornada não se aplica ao regime parcial de trabalho, e a jornada poderá ser reduzida ao limite mínimo de 30 horas semanais. O projeto original é de autoria do senador Weverton (PDT-MA), que agradeceu o apoio e enfatizou a importância de fortalecer a relação entre empregado e empregador diante das mudanças recentes na legislação do trabalho. Ele destacou a necessidade de uma correlação justa e fraterna para garantir segurança a ambos os lados, especialmente em um país dinâmico como o Brasil.

Comissão do Senado adia votação sobre vacinação em escolas públicas

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A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) solicitou o adiamento da votação do projeto de lei que aborda a criação do Programa Nacional de Vacinação em Escolas Públicas durante a reunião da Comissão de Educação (CE) do Senado nesta terça-feira (12). O projeto em questão é o PL 826/2019. A senadora afirmou que precisa de mais tempo para examinar a proposta e apresentar suas sugestões.

Damares Alves justificou sua preocupação com detalhes do texto que, segundo ela, podem ser deixados para a regulamentação da lei. Ela expressou inquietação sobre como o programa será implementado em escolas de ensino especial, mencionando a situação de crianças com autismo severo. A senadora levantou questões sobre quem será responsável pela aplicação da vacina e como as escolas lidarão com casos de imprevistos.

A parlamentar ressaltou a importância de esclarecer e aprimorar pontos específicos do projeto na Comissão de Educação. Além disso, mencionou a necessidade de ajustes no texto, uma vez que o projeto já foi modificado na Comissão de Assuntos Sociais após ser aprovado na Câmara dos Deputados.

Damares Alves também expressou o desejo de dialogar com representantes de escolas privadas para assegurar a participação delas na iniciativa. O projeto prevê que escolas particulares possam aderir à iniciativa, a ser executada por unidades de saúde locais.

O relator do projeto, senador Marcelo Castro (MDB-PI), manifestou surpresa com o pedido de vista da senadora. Ele destacou que o projeto já foi amplamente debatido na Comissão de Assuntos Sociais, onde houve acordo e votação consensual. Apesar do pedido de vista, o relatório de Marcelo Castro é favorável à criação do programa.

O PL 826/2019, apresentado pelo deputado federal Domingos Sávio (PL-MG) em 2019, tem como objetivo priorizar a vacinação de alunos da educação infantil e do ensino fundamental nas escolas públicas. O projeto busca intensificar as ações de vacinação para melhorar a cobertura vacinal, considerando as dificuldades enfrentadas pelo Brasil nesse aspecto nos últimos anos, conforme apontado por dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O relator, Marcelo Castro, destaca a importância de realizar a vacinação nas escolas públicas para proporcionar um acesso mais facilitado e universal às vacinas, especialmente para famílias de baixa renda.

Receita paga nesta quinta lote residual de restituição do IR

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A Receita Federal realizará o pagamento de R$ 762,9 milhões a cerca de 358 mil contribuintes que estavam na malha fina e acertaram suas contas com o Fisco. Esse lote residual do Imposto de Renda Pessoa Física será disponibilizado nesta quinta-feira (30). Os valores serão depositados nas contas informadas na declaração do Imposto de Renda.

Dentre os contribuintes contemplados, 5.774 têm mais de 80 anos, 58.060 estão na faixa etária de 60 a 79 anos, 6.654 possuem alguma deficiência física, mental ou doença grave, e 14.863 têm o magistério como principal fonte de renda. Adicionalmente, 129.019 contribuintes sem prioridade legal, que utilizaram a declaração pré-preenchida ou optaram por receber a restituição por meio de Pix, também foram incluídos. O lote abrange ainda 144.367 contribuintes não prioritários.

A consulta para verificar se o contribuinte está incluso neste lote foi aberta no dia 22, na página da Receita Federal na internet, no menu “Meu Imposto de Renda” e, em seguida, no botão “Consultar a Restituição”. A consulta também pode ser realizada por meio do aplicativo da Receita Federal para tablets e smartphones.

Os contribuintes que não constam nesta lista podem verificar eventuais pendências no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC) e, se necessário, corrigir a declaração por meio de uma retificadora. Caso a restituição não seja depositada na conta informada na declaração, os valores ficarão disponíveis para resgate por até um ano no Banco do Brasil. Se o contribuinte não resgatar o valor após esse período, deverá requerê-lo no Portal e-CAC.

Caixa conclui pagamento do novo do Bolsa Família de novembro

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A Caixa Econômica Federal concluiu o pagamento da parcela de novembro do novo Bolsa Família, destinada aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 0, nesta quinta-feira (30). Pelo segundo mês consecutivo, o benefício contou com um adicional para mães de bebês de até seis meses, conhecido como Benefício Variável Familiar Nutriz, correspondendo a seis parcelas de R$ 50 para garantir a alimentação das crianças. Com o novo acréscimo, que beneficiou 349 mil mães com um total de R$ 16,8 milhões neste mês, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome informou a conclusão da implementação do novo Bolsa Família.

Além do adicional mencionado, o programa concedeu um aumento de R$ 50 para famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos, e outro de R$ 150 para famílias com crianças de até 6 anos. O valor mínimo do benefício é de R$ 600, e com o novo adicional, o valor médio do benefício subiu para R$ 677,88. Em novembro, o programa atendeu a 21,18 milhões de famílias, totalizando um gasto de R$ 14,26 bilhões.

Na segunda etapa da qualificação automática de dados do Cadastro Único, realizada de 11 a 15 de outubro, foram excluídas do programa 571,34 mil famílias por terem renda acima das regras estabelecidas. Em contrapartida, 260 mil famílias foram incluídas no programa em novembro, graças à política de busca ativa, que se concentra nas pessoas mais vulneráveis com direito ao complemento de renda. Desde março, 2,66 milhões de famílias passaram a fazer parte do Bolsa Família.

Regra de proteção

Em novembro, aproximadamente 2,54 milhões de famílias se encontram na regra de proteção. Essa regra, em vigor desde junho, possibilita que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até dois anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo. Para essas famílias, o benefício médio foi de R$ 372,52.

Reestruturação

Desde o início do ano, o programa social voltou a ser chamado Bolsa Família. O valor mínimo de R$ 600 foi assegurado após a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, permitindo o gasto de até R$ 145 bilhões fora do teto de gastos neste ano, dos quais R$ 70 bilhões estão destinados a custear o benefício.

O pagamento do adicional de R$ 150 começou em março, após o governo realizar uma revisão minuciosa no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) para eliminar fraudes.

No formato tradicional do Bolsa Família, os pagamentos ocorrem nos últimos dez dias úteis de cada mês. Os beneficiários podem consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, utilizado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

Pela 1ª vez, Brasil tem mais de 100 milhões de trabalhadores ocupados

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O Brasil atingiu um marco significativo, ultrapassando a marca de 100 milhões de trabalhadores ocupados desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados divulgados nesta quinta-feira (30) revelam um número recorde de 100,2 milhões de pessoas empregadas, representando um aumento de 862 mil nos últimos três meses.

No trimestre de agosto a outubro, a taxa de desocupação ficou em 7,6%, registrando o nível mais baixo desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015, quando estava em 7,5%. Esse índice reflete uma redução de 0,3 ponto percentual em comparação com a média de maio a julho de 2023. No mesmo período do ano anterior, a taxa era de 8,3%.

O número de desocupados diminuiu em 261 mil, totalizando 8,3 milhões de pessoas, representando uma queda de 3,6% em relação ao trimestre anterior.

Carteira assinada

O contingente de empregados com carteira de trabalho no setor privado, excluindo trabalhadores domésticos, atingiu 37,4 milhões, alcançando o patamar mais elevado desde janeiro de 2015. Essa informação representa um saldo positivo de 587 mil pessoas (+1,6%) com carteira assinada nos últimos três meses.

O número de trabalhadores por conta própria também registrou aumento, chegando a 25,6 milhões, um acréscimo de 317 mil (+1,3%) na comparação trimestral.

Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, destaca que tanto empregados quanto trabalhadores por conta própria contribuíram para a expansão da ocupação no trimestre.

A taxa de informalidade manteve-se em 39,1% da população ocupada, o equivalente a 39,2 milhões de trabalhadores informais, permanecendo estável em relação ao ano anterior.

Rendimento

O rendimento médio real do trabalhador foi calculado em R$ 2.999, apresentando um aumento de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em junho e um acréscimo de 3,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Este valor representa a cifra mais alta desde o trimestre encerrado em julho de 2020 (R$ 3.152).

O IBGE atribui essa evolução à expansão contínua entre os ocupados com carteira assinada, uma categoria normalmente associada a rendimentos mais elevados. Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, destaca que a interpretação possível é que há um ganho tanto quantitativo, com o aumento da população ocupada, quanto qualitativo, com o incremento do rendimento médio.

Incentivo para estudantes permanecerem no ensino médio é aprovado

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Nesta quarta-feira (29), os senadores aprovaram, de forma unânime, o projeto de lei complementar que permite a utilização de recursos do Fundo Social para suportar os custos da permanência de estudantes no ensino médio. De acordo com a proposta, essas despesas não serão consideradas nos cálculos dos limites de gastos da União.

O projeto, de autoria do senador Humberto Costa (PT-PE) e com relatoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), prevê que o superávit financeiro do Fundo Social poderá ser empregado ainda neste ano para financiar o programa de permanência, o qual deverá ser estabelecido por legislação específica. Vale ressaltar que o Fundo Social é composto por recursos provenientes da exploração de petróleo no pré-sal.

A aprovação do projeto resultou de um acordo entre governo e oposição. Os senadores acertaram um limite de R$ 6 bilhões do Fundo para o referido programa.

Poupança

Nesta semana, o governo federal instituiu um programa de bolsa permanência e poupança destinado a estudantes de baixa renda no ensino médio, visando incentivar a continuidade e conclusão de seus estudos. Para viabilizar esse programa, está prevista a criação de um fundo especial no qual a União deverá aportar até R$ 20 bilhões.

A Medida Provisória (MP) nº 1.198, datada de 27 de novembro de 2023, foi publicada em uma edição extraordinária do Diário Oficial da União na terça-feira (28). Embora a MP já esteja em vigor por ter força de lei, é necessário que o Congresso Nacional a aprove nos próximos 120 dias para que não perca a validade.

Um ato conjunto dos ministérios da Educação e da Fazenda será responsável por estabelecer valores, métodos de pagamento, critérios operacionais e utilização da poupança voltada para incentivar a permanência e conclusão escolar. Os montantes serão depositados em uma conta em nome do estudante, podendo ser a poupança social digital da Caixa Econômica Federal.

Câmara aprova Dia da Consciência Negra como feriado nacional

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Na noite desta quarta-feira (29), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que transforma o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, em feriado nacional. O Senado já havia aprovado o texto, que agora aguarda sanção presidencial. O projeto propõe que a data seja denominada Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

O placar da votação foi de 286 a favor, 121 contra e duas abstenções. Atualmente, o feriado é reconhecido em seis estados – Mato Grosso, Rio de Janeiro, Alagoas, Amazonas, Amapá e São Paulo – além de mais de 1.000 cidades por meio de legislações municipais e estaduais.

O Dia da Consciência Negra homenageia Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, que foi morto em 1695 e tornou-se símbolo de resistência contra a escravidão.

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), representando a bancada governista, destacou Zumbi dos Palmares como um herói da pátria brasileira. Ressaltou que o feriado não se limita a uma comemoração qualquer, mas representa uma parte significativa da história do Brasil.

A relatora Reginete Bispo (PT-RS) afirmou que a instituição do feriado contribuirá para intensificar os esforços na luta contra o racismo e na promoção da igualdade racial. Ela enfatizou a importância dos símbolos e das datas que refletem o que o país considera fundamental em sua história.

Por outro lado, os deputados contrários argumentaram que a declaração do feriado prejudica setores da economia e que a definição da data deveria ser responsabilidade das assembleias estaduais e municipais, conforme ocorre atualmente.

Desde 2003, as escolas são obrigadas a incluir o ensino de história e cultura afro-brasileira em seus currículos. Em 2011, a então presidente Dilma Rousseff oficializou o 20 de novembro como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

Bancos fecham nesta quarta-feira e reabrem na quinta

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As agências bancárias não realizarão atendimento ao público no feriado nacional do Dia da Proclamação da República (15). No Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, as agências também não abrirão nos estados e municípios onde a data é feriado.

Nos dias 16 (quinta-feira), 17 (sexta-feira) e 21 de novembro (terça-feira), os bancos operarão normalmente nas localidades que não tiverem feriados municipais.

Conforme informado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os serviços de autoatendimento estarão disponíveis para os clientes, assim como os canais digitais e remotos dos bancos (internet e mobile banking). As contas de consumo, como água, energia elétrica e telefone, e os carnês com vencimento no dia 15 ou 20, poderão ser pagos sem acréscimo no primeiro dia útil após o feriado.

Apesar de o Dia da Consciência Negra não ser um feriado nacional, seis estados têm feriado nessa data por lei estadual: Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo, além de cerca de 1.260 municípios, incluindo as capitais Cuiabá (MT) e Goiânia (GO). A data comemora a morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares em 1695.

Mercado reduz previsão da inflação de 4,63% para 4,59% este ano

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Neste Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (13), as instituições financeiras projetam uma queda na previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a inflação oficial do país – de 4,63% para 4,59% neste ano. O Boletim Focus é uma pesquisa semanal que apresenta as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para o ano de 2024, a projeção da inflação permanece em 3,92%. Já para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para ambos os anos.

A estimativa para 2023 está acima do centro da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e perseguida pelo BC. O CMN definiu a meta em 3,25% para 2023, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso implica que o limite inferior é 1,75%, e o superior é 4,75%.

O último Relatório de Inflação do BC indica que há uma probabilidade de 67% de o índice oficial ultrapassar o teto da meta em 2023. Além disso, a projeção do mercado para a inflação em 2024 também excede o centro da meta estabelecida em 3%, embora ainda esteja dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Juros básicos

O Comitê de Política Monetária (Copom) define a taxa básica de juros – a Selic – em 12,25% ao ano como seu principal instrumento para alcançar a meta de inflação. Após sucessivas quedas no final do primeiro semestre, a inflação aumentou novamente na segunda metade do ano, uma elevação prevista por economistas.

O comportamento dos preços levou o Banco Central a reduzir os juros pela terceira vez no semestre, em um ciclo que se espera que continue com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Apesar disso, o Copom, em comunicado divulgado na semana passada, indicou a possibilidade de ajustar o ritmo dos cortes, caso as condições dificultem a redução dos juros.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic em 12 ocasiões consecutivas, como parte de um ciclo de aperto monetário iniciado em meio ao aumento nos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa permaneceu em 13,75% ao ano por sete vezes consecutivas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, atingindo o nível mais baixo desde o início da série histórica em 1986. Devido à contração econômica resultante da pandemia de covid-19, o Banco Central havia reduzido a taxa para estimular a produção e o consumo, mantendo-a no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

O mercado financeiro projeta que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano. Para o final de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,25% ao ano. Já para o término de 2025 e 2026, a previsão é de que a Selic seja de 8,75% ao ano e 8,5% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom eleva a taxa básica de juros, busca conter uma demanda aquecida, impactando os preços, uma vez que os juros mais elevados encarecem o crédito e incentivam a poupança. Além da Selic, os bancos levam em consideração outros fatores na definição dos juros aos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas, sendo que taxas mais altas podem dificultar a expansão da economia.

Por outro lado, quando o Copom reduz a Selic, espera-se que o crédito fique mais acessível, impulsionando a produção e o consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

As instituições financeiras projetam um crescimento de 2,89% para a economia brasileira neste ano.

Para 2024, o mercado espera um crescimento de 1,5% para o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. As projeções para 2025 e 2026 indicam uma expansão do PIB em 1,93% e 2%, respectivamente.

Quanto à cotação do dólar, a previsão é de que atinja R$ 5 para o final deste ano. Para o encerramento de 2024, estima-se que a moeda americana alcance R$ 5,08.

Argentina precisa de presidente que respeite a democracia, diz Lula

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Nesta terça-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a Argentina necessita de um presidente que aprecie a democracia e respeite as alianças comerciais do país no Mercosul. Lula, ao abordar as eleições no país vizinho, destacou que o voto dos argentinos é soberano, mas instou o povo a ponderar sobre a Argentina e o tipo de América do Sul que desejam construir.

Lula enfatizou: “Eu não posso discutir eleições na Argentina porque é um direito soberano do povo argentino. No entanto, gostaria de solicitar que todos recordem que o Brasil precisa da Argentina, e a Argentina precisa do Brasil. Precisamos dos empregos que o Brasil gera na Argentina e dos empregos que a Argentina gera no Brasil, além do fluxo comercial entre os dois países e do potencial de crescimento conjunto.”

Ele acrescentou durante o programa semanal “Conversa com o Presidente”, transmitido pelo Canal Gov: “Para isso, é essencial ter um presidente que aprecie a democracia, respeite as instituições, goste do Mercosul e aprecie a América do Sul.”

No domingo (19), os candidatos Sergio Massa e Javier Milei disputarão o segundo turno das eleições presidenciais na Argentina, ocorrendo em meio à maior crise cambial em décadas e a uma significativa escalada da inflação. Massa liderou o primeiro turno com 36,2% dos votos, enquanto Milei obteve 30,2%.

Lula destacou as relações de amizade com Sergio Massa, do partido peronista União pela Pátria, que é o atual ministro da Economia do governo de Alberto Fernández. Em contraste, Javier Milei, autodenominado “anarcocapitalista”, representa a coligação conservadora A Liberdade Avança, defendendo um liberalismo extremo com propostas como a redução drástica de subsídios e do aparato estatal.

Diferentemente de Milei, Lula defende o fortalecimento do Mercosul para possibilitar negociações comerciais com outros países. Ele ressaltou: “Hoje, o mundo está dividido em blocos. Se brigarmos, não chegaremos a lugar algum.”

Lula concluiu, dirigindo-se ao povo argentino: “Na hora de votar, pensem na Argentina. Seu voto é soberano, mas ponderem sobre o tipo de América do Sul que desejam criar, de América Latina e Mercosul. Juntos seremos fortes, separados seremos fracos.”

Ele lembrou a importância da parceria comercial entre Brasil e Argentina, sendo os maiores parceiros na América do Sul. Em 2022, o fluxo comercial atingiu US$ 28,45 bilhões, com saldo positivo de US$ 2,2 bilhões para o Brasil. Lula enfatizou a necessidade de cooperação, afirmando: “Argentina e Brasil precisam um do outro. Quando houver divergências, sentem-se à mesa, negociem e resolvam. Foi assim que convivi com a Argentina até agora.”