Dino ressalta recuo em crimes letais em 2023 no último dia no MJ

0

No seu último dia no cargo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, apresentou um balanço do seu tempo à frente da pasta, dando ênfase a dados sobre segurança pública, incluindo redução de crimes violentos letais intencionais, roubos a bancos e cargas, e porte de armas.

O evento foi realizado no Palácio do Planalto e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que descreveu o ato como “um encontro de prestação de contas de um companheiro que prestou serviço extraordinário ao meu governo”. Também sentaram à mesa o futuro ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o ministro da Defesa, José Múcio.

Dino deixará o governo nesta quarta-feira (31) para assumir, em solenidade marcada para 22 de fevereiro, uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), após ter seu nome indicado por Lula e aprovado pelo Senado. Antes, ele reassumirá, por poucas semanas, seu mandato como senador, para o qual foi eleito em 2022.

De acordo com os dados apresentados por Dino, houve em 2023 queda de 4,17% nos crimes violentos letais intencionais, entre os quais homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. Foram registrados no ano passado 40.429 crimes desse tipo, ante 42.190 registrados em 2022.

Os dados do MJSP, que consolidam informações repassadas pelas secretarias de Segurança Pública dos estados, mostram ainda uma queda de 9,78% no roubo de veículos em 2023 (132.825), comparado a 2022 (147.231).

Dino destacou ainda a redução de 40,91% nos roubos a instituição financeira, de 220 em 2022 para 130, em 2023. O roubo de carga também caiu 11,06%, de 13.101 ocorrências em 2022 para 11.652 no ano passado.

“Por que é significativo? Porque isso, em larga medida, alimenta o chamado novo cangaço, que se lastreia fortemente em cerco a cidades e roubos a bancos”, frisou Dino. “Em 2023, nós tivemos uma redução da força do novo cangaço, mérito dos estados, dos municípios e da polícia federal, que coordenamos”, disse.

O ministro exaltou também a queda de 79% no registro de novas armas no ano passado, depois de o governo ter aumentado as exigências. Em 2022, foram 135.915 registros, ante 28.344 no ano passado. Em paralelo, houve aumento na apreensão de armas ilegais de um ano para outro, de 8.502 para 10.672.

Dino avaliou que os números são resultado da determinação do governo de reverter uma “política armamentista demagógica”, numa referência a atos do governo anterior, de Jair Bolsonaro, que flexibilizou a compra de armas por cidadãos comuns. “Nós mostramos que menos armas, menos crimes, essa é a síntese desse panorama que apresentamos em 2023”, afirmou.

Ao deixar MJ, Dino defende câmeras em fardas e reforma em lei penal

0

Nesta quarta-feira (31), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, defendeu a utilização de câmeras corporais nos uniformes de todos os policiais militares do país e também propôs uma mudança na Lei de Execuções Penais para ampliar penas alternativas e reduzir o número de prisões.

Dino deixará o cargo nesta quarta-feira (31) para assumir, em solenidade marcada para 22 de fevereiro, uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), após ter seu nome indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aprovado pelo Senado. Antes, ele reassumirá, por poucas semanas, seu mandato como senador, para o qual foi eleito em 2022.

“Dino defendeu: ‘As câmeras protegem os bons policiais, ajudam a produzir boas provas para julgamento dos juízes e trazem muitos dados positivos'”, mencionando a experiência positiva com o equipamento no estado de São Paulo.

Ele afirmou ter deixado uma proposta pronta sobre o assunto, já examinada pela consultoria jurídica da Casa Civil. Um dos pontos da minuta de ato normativo sobre o assunto trata as câmeras corporais como “equipamento de segurança individual” do policial, tornando seu uso obrigatório, adiantou Dino.

As declarações foram feitas em evento realizado no Palácio do Planalto que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Defesa, José Múcio, e do futuro ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), que deve assumir a Justiça na quinta-feira (1º).

“O ministro Lewandowski vai encontrar uma portaria tratando do assunto [câmeras corporais] em cima da mesa”, disse Dino.

Lei de Execuções Penais

No evento, Dino prestou contas sobre a atuação da Justiça no combate à criminalidade. Entre os dados apresentados, estava o aumento no número de prisões feitas pelas polícias dos estados, que subiu de 19.686 em 2022 para 29.281 no ano passado, segundo dados do MJSP.
Contudo, o ministro avaliou que esse dado não deveria ser motivo de comemoração, diante das cadeias superlotadas. “Precisamos estimular as alternativas penais. Precisamos entender que punição não é sinônimo de prender,” afirmou ele.
Dino defendeu penas alternativas para crimes não violentos, como delitos de trânsito e furtos, por exemplo. Ele destacou o custo mensal para o Estado de manter uma pessoa no sistema prisional, que chegaria a R$ 4 mil. O ministro também frisou que a Lei de Execuções Penais atual foi elaborada há quatro décadas, precisando, em sua visão, de atualização.
“Em nível legislativo e nível jurisprudencial nós temos que entender que as chamadas medidas de alternativas penais não significam leniência, não significam fraqueza, significam eficiência”, opinou Dino. “Se der tempo, vou apresentar um projeto de lei no Senado sobre o assunto”, acrescentou, referindo-se aos 21 dias em que reassumirá seu mandato parlamentar.

Brasil criou 1,48 milhão de empregos formais em 2023, aponta Caged

0

Em 2023, o Brasil registrou um saldo positivo de 1.483.598 empregos formais, de acordo com o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta terça-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. No período de janeiro a dezembro, foram contabilizadas 23.257.812 admissões e 21.774.214 desligamentos.

O setor de serviços apresentou o maior crescimento no emprego formal, com a criação de 886.256 postos. No comércio, foram gerados 276.528 postos, enquanto na construção foram 158.940, na indústria 127.145 e na agropecuária o saldo foi de 34.762 postos.

O salário médio de admissão foi de R$ 2.037,94.

Todos os 27 estados brasileiros apresentaram saldos positivos, com destaque para São Paulo (390.719 postos, +3%), Rio de Janeiro (160.570 postos, +4,7%) e Minas Gerais (140.836 postos, +3,2%). Nas regiões, os maiores números de empregos gerados foram observados no Sudeste (726.327), Nordeste (298.188) e Sul (197.659). O Nordeste registrou o maior crescimento, com 5,2%, e a criação de 106.375 postos no ano.

A maioria das vagas criadas em 2023 foi ocupada por homens (840.740), enquanto as mulheres preencheram 642.892 novos postos. A faixa etária com maior saldo foi a de 18 a 24 anos, com 1.158.532 postos.

Resultado em dezembro

Em dezembro de 2023, o Brasil registrou um saldo negativo de 430.159 postos de trabalho com carteira assinada, de acordo com dados do Caged. No último mês do ano, foram realizadas 1.502.563 admissões e 1.932.722 demissões. O Ministério do Trabalho e Emprego atribuiu essa queda ao ajuste sazonal realizado no período.

Todos os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas apresentaram saldos negativos no último mês de 2023: serviços (-181.913 postos), indústria (-111.006 postos), construção (-75.631 postos), agropecuária (-53.660 postos) e comércio (-7.949 postos).

Lula: construção coletiva do novo PNE é conquista da democracia

0

Nesta terça-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a construção coletiva do novo Plano Nacional de Educação (PNE) é uma conquista da democracia e ressaltou a importância do diálogo com os parlamentares para a aprovação do texto pelo Congresso Nacional.

Lula participou do encerramento da Conferência Nacional de Educação (Conae) 2024, em Brasília, evento promovido pelo Ministério da Educação (MEC) e conduzido pelo Fórum Nacional de Educação (FNE). A conferência reuniu cerca de 2,5 mil representantes da sociedade civil, diversos segmentos educacionais, setores sociais e entidades atuantes na educação e em órgãos do poder público.

“Para a educação dar certo, é necessário o envolvimento da comunidade”, afirmou o presidente, destacando que investimentos em educação não devem ser encarados como “gastos” e ressaltando a importância de valorizar os professores.

Lula instou a necessidade de pressão social para a aprovação do projeto, enfatizando que os parlamentares presentes na Conae já representam votos garantidos. Ele enfatizou a importância de habilidade e competência para dialogar com aqueles que possuem visões diferentes, afirmando que é essencial convencê-los a apoiar as iniciativas desejadas.

“Nós temos que levar esse projeto e cada um de vocês precisa fechar os olhos, caso vocês não gostem de alguma pessoa, e ir lá tentar convencê-lo ou a gente não aprova esse nosso projeto”, ressaltou Lula, apontando que “a chamada esquerda” tem menos de 120 dos 513 deputados no Parlamento.

Durante seu discurso, o presidente também criticou ações do governo anterior e abordou o crescimento da extrema-direita globalmente. Ele expressou preocupação com o avanço do ódio, preconceito e negação de fatos, destacando a importância da política na busca por soluções para as necessidades do povo.

Conae

A Conae teve início no último domingo (28) com o tema “Plano Nacional de Educação 2024-2034: política de Estado para garantia da educação como direito humano com justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável”. A conferência de 2024 focou na discussão dos problemas e das necessidades educacionais do PNE em vigor.

“Com a participação efetiva dos segmentos educacionais e setores da sociedade, a expectativa é que disso resultem proposições de diretrizes, objetivos, metas e estratégias para a próxima década da educação no país. Isso será articulado com os planos decenais de educação nos municípios, no Distrito Federal e nos estados, fortalecendo a gestão democrática, a colaboração e a cooperação federativa. A finalidade, assim, é enfrentar as desigualdades e garantir direitos educacionais”, explicou o MEC sobre o PNE.

O PNE atual estabelece 20 metas para gestores públicos, abrangendo desde a educação infantil até o ensino superior. São 56 indicadores passíveis de mensuração, os quais não possuem um valor de referência definido.

Mercado reduz para 3,81% previsão para inflação de 2024

0

O mercado financeiro reduziu a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, de 3,86% para 3,81% este ano, de acordo com o Boletim Focus divulgado nesta terça-feira (30) pelo Banco Central (BC).

Para os anos seguintes – 2025, 2026 e 2027 – a projeção da inflação permaneceu em 3,5%.

A estimativa para 2024 está alinhada com o intervalo da meta de inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% para este ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, resultando em um limite inferior de 1,5% e um superior de 4,5%.

As metas de inflação para 2025 e 2026 estão fixadas em 3%, também com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em dezembro de 2023, a inflação do país foi de 0,56%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), levando o IPCA a encerrar o ano passado com uma alta acumulada de 4,62%.

Juros básicos

O Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, como o principal instrumento para alcançar a meta de inflação. Atualmente, a Selic está definida em 11,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Após sucessivas quedas no final do primeiro semestre de 2023, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, conforme esperado pelos economistas.

Diante desse cenário, o Banco Central implementou cortes nos juros em todas as reuniões do Copom no último semestre. Em ata divulgada, o colegiado indicou a intenção de continuar promovendo novos cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões, mas sem detalhar quando encerrará esse ciclo de redução da taxa Selic. O BC destacou que o momento para interromper os cortes dependerá do comportamento da inflação no primeiro semestre de 2024.

Reunião do Copom

O mercado financeiro projeta que a Selic encerre 2024 em 9% ao ano. Na primeira reunião do Copom deste ano, que ocorre hoje (30) e amanhã (31), os analistas esperam uma redução da Selic para 11,25%. Para o final de 2025, 2026 e 2027, a previsão é de que a Selic se estabilize em 8,5% ao ano.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic por 12 vezes consecutivas em um ciclo de aperto monetário, em resposta à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Posteriormente, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por um ano, até agosto de 2023.

Antes desse ciclo de aumento, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Essa redução foi uma resposta à contração econômica causada pela pandemia de covid-19, com o objetivo de estimular a produção e o consumo. A taxa permaneceu no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Quando o Copom eleva a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que pode ter reflexos nos preços, já que os juros mais altos tornam o crédito mais caro e incentivam a poupança. No entanto, os bancos consideram diversos outros fatores na definição dos juros cobrados dos consumidores, como o risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Portanto, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Por outro lado, quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito se torne mais acessível, estimulando a produção e o consumo, o que pode reduzir o controle sobre a inflação e impulsionar a atividade econômica.

PIB e câmbio

As instituições financeiras mantiveram a projeção de crescimento da economia brasileira neste ano em 1,6%. Para 2025, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é de crescimento de 2%. Para os anos seguintes, 2026 e 2027, o mercado financeiro projeta uma expansão do PIB também em 2%.

No terceiro trimestre do ano passado, a economia brasileira registrou um crescimento de 0,1% em comparação com o segundo trimestre de 2023, conforme dados do IBGE. No acumulado de janeiro a setembro, a alta foi de 3,2%.

Com esse desempenho, o PIB atingiu novamente o maior patamar da série histórica, ficando 7,2% acima do nível pré-pandemia, registrado nos três últimos meses de 2019. Os dados do quarto trimestre de 2023, consolidando o ano, serão divulgados pelo IBGE em 1º de março.

A previsão para a cotação do dólar está em R$ 4,92 para o fim deste ano. Já no fim de 2025, a expectativa é que a moeda americana alcance R$ 5.

Copom faz primeira reunião do ano para definir taxa básica de juros

0

Nesta terça-feira (30), o Banco Central (BC) iniciou a primeira reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom) conduzirá o encontro, que se estenderá até quarta-feira (31).

A expectativa é de que o Copom reduza a Selic em 0,5 ponto percentual. O mercado financeiro projeta que a taxa, atualmente em 11,75%, seja reduzida para 11,25%, conforme indicado pelo boletim Focus do BC.

Essa expectativa é reforçada pela ata da reunião anterior do Copom, divulgada em dezembro, na qual o comitê afirmou unanimemente a intenção de seguir com o atual ritmo de cortes da Selic nas próximas reuniões.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, confirmou que a ata servia como guidance para as duas primeiras reuniões do Copom em 2024.

Outro indicador que reforça essa expectativa é o comportamento da inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2023 com alta acumulada de 4,62%, dentro do intervalo da meta estipulada pelo BC.

As projeções de analistas do mercado financeiro para a inflação de 2024 têm sido reduzidas nas últimas quatro semanas, conforme o boletim Focus. A estimativa mais recente é que o IPCA encerre o ano em 3,86%. Para a Selic, a projeção permanece estável em 9% para o final deste ano e 8,5% em dezembro de 2025.

Se confirmada, a redução de 0,5 ponto percentual será o quinto corte seguido na Selic desde agosto, quando o BC interrompeu o ciclo de aperto monetário anterior e começou a reduzir os juros.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em resposta à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Posteriormente, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas, de agosto de 2022 a agosto de 2023.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986, como estímulo à produção e ao consumo durante a contração econômica causada pela pandemia de covid-19. A taxa permaneceu no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são apresentadas análises técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial, além do comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do colegiado, composto pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

Mobilização de servidores do BC atrasa divulgação do boletim Focus

0

A instituição informou que adiou a divulgação do boletim Focus desta semana devido à mobilização de servidores do Banco Central. A previsão é de que os indicadores sejam divulgados apenas nesta terça-feira (30), no horário tradicional, às 8h30.

Agentes do mercado financeiro projetam inflação, crescimento da economia, juros e câmbio na pesquisa Focus.

Outros dados, como as notas econômico-financeiras mensais, incluindo estatísticas do setor externo, monetárias, de crédito e estatísticas fiscais, tiveram sua divulgação adiada para os dias 5, 6 e 7 de fevereiro, respectivamente, sempre às 8h30.

Em 11 de janeiro, os servidores do BC realizaram uma paralisação de 24 horas e mantêm uma operação padrão desde então. Uma manifestação e nova paralisação estão marcadas para 8 de fevereiro, conforme agenda de mobilização divulgada pelo Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central (Sinal).

Reivindicações

Os trabalhadores reivindicam melhorias na carreira, como a equiparação com outras categorias semelhantes. Entre outros pontos, incluem-se reajuste nas tabelas remuneratórias, retribuição por produtividade, exigência de nível superior para o cargo de técnico e mudança no cargo de analista para auditor.

Outra pauta é a recomposição do quadro de servidores. O Banco Central não realizou concurso há mais de dez anos e possui 44% dos 6.470 postos de trabalho vagos. Neste mês, foi autorizada a realização de uma nova seleção, com 100 vagas.

Essa pauta de reivindicações se arrasta há anos. Em 2022, por exemplo, paralisações de servidores do Banco Central também provocaram atraso na divulgação de diversos indicadores da economia brasileira.

Gol: pedido de recuperação judicial não afetará voos ou funcionários

0

O diretor-executivo da Gol Linhas Aéreas, Celso Ferrer, assegurou que o pedido de recuperação judicial apresentado pela empresa à Justiça dos Estados Unidos nesta quinta-feira (25) não terá impacto nos voos, clientes e funcionários da companhia.

“Nada do que estamos fazendo terá qualquer impacto para os agentes de viagem ou para nossos passageiros”, afirmou Ferrer em uma conversa com jornalistas na tarde desta quinta-feira (25), pouco após a Gol tornar público o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos.

Chapter 11

Durante a entrevista, Ferrer reiterou a estratégia já delineada pela companhia na nota divulgada à imprensa poucas horas antes, esclarecendo que a medida não é precisamente uma recuperação judicial.

“Quero deixar claro que não se trata de uma recuperação judicial”, sublinhou o executivo, destacando que o chamado “chapter 11” é um recurso legal utilizado por empresas de diversas nacionalidades, incluindo do setor aéreo, como a Latam, para continuar operando comercialmente enquanto negociam as medidas necessárias para obter capital e realizar a reorganização financeira.

“O processo do chapter 11 é justamente para proteger a companhia de qualquer ação que possa ser tomada pelos arrendadores de aeronaves, com quem já estávamos negociando”, acrescentou Ferrer, explicando que os lessores (agentes financeiros que adquirem aviões e os arrendam para as empresas aéreas por meio de leasing) são credores de aproximadamente metade da dívida de cerca de R$ 20 bilhões que a Gol registrava até o terceiro trimestre de 2023, quando divulgou seu último balanço.

Pandemia

Conforme explicou Ferrer, a dívida da Gol é principalmente atribuída à crise econômica desencadeada pela pandemia da COVID-19 e aos atrasos nas entregas de aeronaves. Nesta quinta-feira, a empresa anunciou estar em negociações para obter um financiamento de aproximadamente US$ 950 milhões, equivalente a cerca de R$ 4,6 bilhões.

“O chapter 11 nos dará o tempo e as condições necessárias para negociar [com os credores]. Já estávamos em conversações com os arrendadores, mas agora, dentro deste processo protegido pela Corte norte-americana, faremos isso de maneira mais transparente, para que todos possam acompanhar”, justificou o executivo, evitando estabelecer prazos para a conclusão das negociações.

“Focaremos em otimizar a frota da Gol para sustentar o crescimento sustentável da companhia. Não prevemos a necessidade de redução de aeronaves em serviço. E em relação a este processo, não há previsão de redução de pessoal, rotas, número de bases ou destinos que operamos”, concluiu Ferrer.

Brasil à frente do G20 quer eficácia de bancos multilaterais, diz GT

0

Para enfrentar a fome e reduzir a desigualdade global, que são prioridades durante a presidência temporária do Brasil no G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), é considerado crucial aprimorar a eficácia dos bancos multilaterais de desenvolvimento. Essa foi uma das conclusões alcançadas por servidores brasileiros que fazem parte de um grupo de trabalho sobre a “arquitetura financeira internacional” para o G-20. Eles compartilharam os resultados das discussões realizadas na quarta-feira (24) e quinta-feira (25) em Brasília.

Além disso, representantes do grupo de trabalho destacaram que outras prioridades incluem tornar a rede de segurança financeira global mais representativa e resiliente, abordar questões relacionadas às dívidas de países em situação vulnerável, identificar vulnerabilidades nos sistemas de pagamento e promover fluxos de capitais para países emergentes e economias em desenvolvimento.

Conexão com prioridades

“A presidência brasileira prioriza combate à fome e à desigualdade, acelerar a transição energética e o desenvolvimento sustentável, e reformar as instituições de governança global. O grupo de arquitetura financeira (IFA) se conecta diretamente com as prioridades da presidência (do Brasil no G-20)”, afirmou o Coordenador-Geral de Cooperação Econômica Internacional do Ministério da Fazenda, Felipe Antunes

Antunes afirmou que o trabalho é para transformar as prioridades, trazidas de forma mais ampla, em ações concretas. Ele recordou que a arquitetura financeira teve um papel muito importante depois da crise de 2008 e 2009 para ajudar a gerar consenso para a reforma de organizações financeiras internacionais. “É um grupo que está, na verdade, conectado com a necessidade de manter a estabilidade financeira internacional, mas também de promover desenvolvimento que é sempre uma prioridade dos países do Sul global”, disse.

Antunes entende que o Brasil na presidência do G-20 tem a oportunidade de contar com a estrutura financeira internacional para avançar nessas prioridades voltadas para os povos mais necessitados. O grupo de trabalho brasileiro acredita que é necessário promover uma discussão internacional sobre uma menor representação dos países desenvolvidos. “O Brasil pode valorizar a participação dos países devedores”. O grupo de trabalho pretende que seja realizado um evento ainda neste ano sobre dívida e com protagonismo para os países africanos.

Ousadia

De acordo com a coordenadora geral para a reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento no Ministério da Fazenda, Karin Vazques, o momento marca o início de jornada para um sistema de bancos multilaterais de desenvolvimento melhores, maiores e mais eficientes. “Nós tivemos a participação de 160 representantes das capitais dos países do G-20, além de especialistas e organismos internacionais, entre eles 12 bancos multilaterais de desenvolvimento, como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, entre outros”, disse.

A coordenadora explica que, para garantir que o desenvolvimento desse plano de ação continue como um processo colaborativo e inclusivo, a presidência brasileira do G20 introduziu duas inovações, do que pode ser uma ação ousada do Brasil. “A primeira delas é a criação de sessões dedicadas a bancos multilaterais de desenvolvimento (…) A segunda inovação é a colaboração que estamos estabelecendo e fortalecendo com o grupo de presidentes dos bancos multilaterais de desenvolvimento”.

Ela exemplificou que o financiamento desses bancos tem reduzido em termos relativos. “Como sabemos, os membros da ONU acordaram em 2015 cumprir 17 objetivos de desenvolvimento sustentável até 2030. No mesmo ano, também assinaram o Acordo de Paris para o enfrentamento das mudanças climáticas. Parte da solução é o financiamento para o desenvolvimento. Em grande medida, o financiamento desses bancos multilaterais de desenvolvimento”.

Karin Vazques entende que, além do desafio em termos de recursos, as necessidades não param de aumentar. “Existe a necessidade adicional de US$ 1,3 trilhão por ano até 2030 nos países emergentes e economias em desenvolvimento. Desse total, a grande maioria é para investimentos adicionais em ações climáticas e investimentos também para alcançar outros objetivos de desenvolvimento sustentável, entre eles em educação e saúde”.

IPCA-15 avança 0,31% em janeiro, diz IBGE

0

Em janeiro, a prévia da inflação alcançou 0,31%, revelando uma queda de 0,09 ponto percentual em comparação com dezembro, quando o indicador apresentou uma variação de 0,40%. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 registrou uma variação de 4,47%, abaixo dos 4,72% observados no período anterior. Em janeiro de 2023, o IPCA-15 apresentou uma variação de 0,55%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou os resultados nesta sexta-feira (26), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi influenciado, em grande parte, pela elevação de 1,53% no grupo de alimentação e bebidas, contribuindo com 0,32 ponto percentual no índice geral. Esse comportamento foi impulsionado pelo aumento de 25,95% no preço da batata inglesa, que também representou o maior impacto positivo individual no mês, contribuindo com 0,05 ponto percentual.

Alimentação

O IPCA-15 indicou que sete dos nove grupos analisados apresentaram aumento. A maior variação (1,53%) e o maior impacto (0,32 ponto percentual) ocorreram no grupo de alimentação e bebidas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destacou que a alimentação no domicílio teve um aumento de 2,04% em janeiro, com ênfase nos aumentos da batata-inglesa (25,95%), do tomate (11,19%), do arroz (5,85%), das frutas (5,45%) e das carnes (0,94%).

Em contrapartida, a alimentação fora do domicílio (0,24%) desacelerou em relação ao mês de dezembro (0,53%). O IBGE observou que tanto a refeição (0,32%) quanto o lanche (0,16%) tiveram variações inferiores às registradas no mês anterior (0,46% e 0,50%, respectivamente).

Transportes

No grupo de transportes, houve uma queda de 1,13% em janeiro, resultando em um impacto negativo de -0,24 ponto percentual no índice geral. A principal influência foi registrada nas passagens aéreas, que apresentaram uma redução de 15,24%, representando o maior impacto individual negativo do mês (-0,16 ponto percentual). A retração nos combustíveis (-0,63%) foi influenciada pela diminuição nos preços do etanol (-2,23%), do óleo diesel (-1,72%) e da gasolina (-0,43%). Por outro lado, o gás veicular registrou alta de 2,34%. O subitem táxi teve um aumento de 0,69% devido aos reajustes, a partir de 1º de janeiro, de 4,21% no Rio de Janeiro (1,97%) e de 4,61% em Salvador (2,18%).

Dentro do grupo de transportes, a variação de -3,81% no ônibus urbano foi influenciada pelo reajuste médio de 16,67% em Belo Horizonte (9,33%), a partir de 29 de dezembro, e pela queda de 21,88% em São Paulo. Esta última teve influência da aplicação de gratuidade nas tarifas aos domingos e em algumas datas comemorativas, a partir de 17 de dezembro. Além disso, em São Paulo, houve reajuste de 13,64% nas tarifas de trem (6,36%) e metrô (6,36%) a partir de 1º de janeiro. Devido a esses reajustes, a integração do transporte público nessa área apresentou uma queda de 11,56%.

Saúde

O grupo de saúde e cuidados pessoais registrou um avanço de 0,56%, com impacto significativo do plano de saúde (0,77%) e dos itens de higiene pessoal (0,58%). Destacam-se, dentro desse grupo, as elevações nos preços de desodorantes (1,57%), produtos para a pele (1,13%) e perfumes (0,65%).

Habitação

No segmento de habitação, que apresentou um aumento de 0,33%, a queda de 0,14% na energia elétrica residencial é resultado das mudanças nas alíquotas de ICMS em Recife (1,56%), Fortaleza (-0,18%) e Salvador (-3,89%), implementadas a partir de 1º de janeiro. Além disso, contribuiu para essa variação a incorporação residual do reajuste de -1,41% nas tarifas de uma das concessionárias pesquisadas em Porto Alegre (0,32%), a partir de 22 de novembro.

No mesmo grupo, o aumento na taxa de água e esgoto (0,56%) foi influenciado pelos reajustes tarifários em diferentes áreas de abrangência da pesquisa. Houve um aumento de 15,76% em Belém (6,00%), a partir de 28 de novembro, um reajuste médio de 4,21% em Belo Horizonte (2,79%), a partir de 1º de janeiro, e um aumento de 4,97% em uma das concessionárias pesquisadas em Porto Alegre (1,29%), a partir de 1º de dezembro.

Também no âmbito da habitação, reajustes tarifários impactaram o preço do gás encanado (1,01%), com aumentos de 3,30% em São Paulo (2,74%), a partir de 10 de dezembro, uma redução média de 0,45% no Rio de Janeiro (-0,23%) a partir de 1° de janeiro, e uma redução de 6,82% em Curitiba (-3,15%), também a partir de 1º de janeiro.

Regionais

As maiores variações nos índices regionais foram observadas em Belo Horizonte (0,88%). Esse aumento foi impulsionado pelos avanços nos preços do ônibus urbano (9,33%) e da batata-inglesa (34,30%). Por outro lado, o menor resultado foi registrado em Brasília (-0,41%), sendo influenciado pela queda nos preços da passagem aérea (-21,31%) e da gasolina (-3,72%).

IPCA-15

Conforme informações do IBGE, o indicador é calculado considerando famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, abrangendo as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A próxima divulgação do indicador, referente ao próximo mês, está programada para o dia 27 de fevereiro.