quarta-feira, outubro 2, 2024
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Gol: pedido de recuperação judicial não afetará voos ou funcionários

O diretor-executivo da Gol Linhas Aéreas, Celso Ferrer, assegurou que o pedido de recuperação judicial apresentado pela empresa à Justiça dos Estados Unidos nesta quinta-feira (25) não terá impacto nos voos, clientes e funcionários da companhia.

“Nada do que estamos fazendo terá qualquer impacto para os agentes de viagem ou para nossos passageiros”, afirmou Ferrer em uma conversa com jornalistas na tarde desta quinta-feira (25), pouco após a Gol tornar público o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos.

Chapter 11

Durante a entrevista, Ferrer reiterou a estratégia já delineada pela companhia na nota divulgada à imprensa poucas horas antes, esclarecendo que a medida não é precisamente uma recuperação judicial.

“Quero deixar claro que não se trata de uma recuperação judicial”, sublinhou o executivo, destacando que o chamado “chapter 11” é um recurso legal utilizado por empresas de diversas nacionalidades, incluindo do setor aéreo, como a Latam, para continuar operando comercialmente enquanto negociam as medidas necessárias para obter capital e realizar a reorganização financeira.

“O processo do chapter 11 é justamente para proteger a companhia de qualquer ação que possa ser tomada pelos arrendadores de aeronaves, com quem já estávamos negociando”, acrescentou Ferrer, explicando que os lessores (agentes financeiros que adquirem aviões e os arrendam para as empresas aéreas por meio de leasing) são credores de aproximadamente metade da dívida de cerca de R$ 20 bilhões que a Gol registrava até o terceiro trimestre de 2023, quando divulgou seu último balanço.

Pandemia

Conforme explicou Ferrer, a dívida da Gol é principalmente atribuída à crise econômica desencadeada pela pandemia da COVID-19 e aos atrasos nas entregas de aeronaves. Nesta quinta-feira, a empresa anunciou estar em negociações para obter um financiamento de aproximadamente US$ 950 milhões, equivalente a cerca de R$ 4,6 bilhões.

“O chapter 11 nos dará o tempo e as condições necessárias para negociar [com os credores]. Já estávamos em conversações com os arrendadores, mas agora, dentro deste processo protegido pela Corte norte-americana, faremos isso de maneira mais transparente, para que todos possam acompanhar”, justificou o executivo, evitando estabelecer prazos para a conclusão das negociações.

“Focaremos em otimizar a frota da Gol para sustentar o crescimento sustentável da companhia. Não prevemos a necessidade de redução de aeronaves em serviço. E em relação a este processo, não há previsão de redução de pessoal, rotas, número de bases ou destinos que operamos”, concluiu Ferrer.

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