A Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe) anunciou uma greve em reação ao afastamento da juíza Gabriela Hardt e outros magistrados vinculados à Operação Lava Jato pelo corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão. A Apajufe defende que os juízes afastados têm longas carreiras sem sanções e que a decisão de Salomão enfraquece a independência judicial. Salomão justifica os afastamentos alegando violações éticas e potenciais infrações criminais por parte de Hardt, relacionadas à sua conduta na condução de processos da Lava Jato.
O corregedor também apontou problemas nos procedimentos adotados por Gabriela Hardt, acusando-a de basear decisões em informações informais e sem o devido processo legal, questionando sua imparcialidade. Essas acusações são parte de um contexto mais amplo de suposta recirculação indevida de valores entre o judiciário e a Petrobras, envolvendo grandes somas de dinheiro.
Além de Hardt, foram afastados Danilo Pereira Júnior, Carlos Eduardo Thompson Flores e Lenz Loraci Flores De Lima do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Eles são acusados de desobedecer decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), prejudicando a segurança jurídica e a imagem do Poder Judiciário. Estes eventos são parte de uma reclamação que inclui alegações de atos impróprios cometidos por outros magistrados, como tentativas de intimidação e negociações questionáveis.
A situação provocou uma resposta significativa de outros juízes e colocou em evidência as tensões entre diferentes níveis do judiciário brasileiro, com implicações profundas para a política de nomeações judiciais e a condução de operações anticorrupção no país. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) planeja discutir mais a fundo essa e outras questões relacionadas à inspeção dos gabinetes envolvidos nos próximos dias.