Inflação de janeiro fica em 0,42%, pressionada pela alta dos alimentos

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a inflação oficial no mês de janeiro foi de 0,42%, impulsionada principalmente pela alta no preço dos alimentos. Essa taxa é menor que os 0,56% registrados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês anterior, dezembro.

Em um período de 12 meses, o índice totaliza 4,51%. O IBGE divulgou esses dados nesta quinta-feira (8).

No mês de janeiro, o grupo alimentação e bebidas, que possui maior peso na cesta de consumo das famílias (21,12%), teve um aumento de 1,38%. Isso representa um acréscimo de 0,29 ponto percentual (p.p.) no IPCA do mês. Essa é a maior elevação de alimentos e bebidas para o mês desde 2016, quando o grupo registrou um aumento de 2,28%.

De acordo com o IBGE, os principais motivos que causaram o aumento nos preços dos alimentos no início de 2024 foram fatores climáticos.

“André Almeida, gerente da pesquisa, explica: ‘O aumento nos preços dos alimentos é relacionado, principalmente, à temperatura alta e às chuvas mais intensas em diversas regiões produtoras do país’.”

Custos da alimentação

Entre os alimentos que mais impactaram o orçamento do brasileiro estão a cenoura (43,85%), batata-inglesa (29,45%), feijão-carioca (9,70%), arroz (6,39%) e frutas (5,07%).

André Almeida destaca: “Historicamente, há um aumento nos preços dos alimentos nos meses de verão, devido aos fatores climáticos, que afetam a produção, especialmente dos alimentos in natura, como os tubérculos, as raízes, as hortaliças e as frutas. Neste ano, isso foi intensificado pela presença do El Niño.”

O pesquisador também explica que no caso do arroz, a Índia, maior produtora mundial, enfrentou problemas climáticos que afetaram a produção e reduziu as exportações no segundo semestre de 2023. Isso resultou em menos produto disponível para venda e, consequentemente, um aumento nos preços.

Transportes

O grupo transportes, o segundo de maior peso na cesta mensal das famílias (20,93%), contribuiu para conter a inflação em janeiro. Houve uma deflação, ou seja, uma queda nos preços, de 0,65%. O alívio veio de um dos principais responsáveis pelos aumentos nos últimos meses: o preço das passagens aéreas. Após terem aumentado 82,03% entre setembro, outubro, novembro e dezembro do ano passado, os bilhetes vendidos pelas companhias aéreas tiveram uma redução média de 15,22% em janeiro de 2024. Esse foi o item que teve o maior impacto negativo em todo o IPCA.

Dentro do grupo dos transportes, também houve uma diminuição nos preços dos combustíveis (-0,39%), com quedas no preço do etanol (-1,55%), óleo diesel (-1,00%) e gasolina (-0,31%).

“Como a gasolina é o subitem de maior peso individual no IPCA, essa queda de preços em janeiro ajudou a conter o resultado geral do índice”, analisa o gerente do IBGE.

O gás veicular, com um aumento de 5,86%, foi o único dos combustíveis pesquisados a ter alta no mês.

No terceiro grupo com maior peso no orçamento familiar (15,31%), a habitação teve um aumento de 0,25%.

Em relação aos últimos 12 meses, o IPCA é considerado a inflação oficial do país e é utilizado pelo Banco Central para atingir a meta oficial de inflação (3% no acumulado de 12 meses, com uma tolerância de 1,5 p.p para mais ou para menos). O índice calcula o custo de vida de famílias que ganham entre um e 40 salários mínimos.

Com o resultado de janeiro, o acumulado de 12 meses diminuiu de 4,62% para 4,51%. Esta é a quarta redução consecutiva neste acumulado. No mesmo mês do ano passado, o IPCA tinha sido de 0,53%.

INPC

O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nesta quinta-feira. Ele mede a inflação para famílias com renda de um a cinco salários mínimos, sendo sua principal diferença em relação ao IPCA. Em janeiro, o INPC registrou um aumento de 0,55%, superando o IPCA devido ao maior peso do grupo alimentação e bebidas para as pessoas nessa faixa de renda. Em outras palavras, quanto menor a renda, maior é o gasto proporcional com comida. Nos últimos 12 meses, o índice acumula uma alta de 3,82%.

Estimativas do mercado para inflação e PIB permanecem estáveis

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As previsões do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos em 2024 permaneceram estáveis, de acordo com a edição do Boletim Focus, divulgada nesta terça-feira (6), em Brasília. A pesquisa, realizada com economistas, é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).

Para este ano, a expectativa para o crescimento da economia permaneceu em 1,6%. Já para 2025, o Produto Interno Bruto (PIB), a soma dos bens e serviços produzidos no país, deve ficar em 2%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro também projeta uma expansão do PIB em 2%, para ambos os anos.

Superando as projeções, no terceiro trimestre do ano passado, a economia brasileira cresceu 0,1% em comparação com o segundo trimestre de 2023, de acordo com o IBGE. Entre janeiro e setembro, a alta acumulada foi de 3,2%.

Com esse resultado, o PIB está novamente no maior patamar da série histórica, ficando 7,2% acima do nível registrado antes da pandemia, nos três últimos meses de 2019. Os dados do quarto trimestre de 2023, com o consolidado do ano, serão divulgados pelo IBGE em 1º de março.

Quanto ao dólar, a previsão de cotação está em R$ 4,92 para o fim deste ano. No fim de 2025, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5.

Inflação

A previsão para este ano do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país – permaneceu em 3,81% nesta edição do Focus. Para 2025, a estimativa de inflação é de 3,5%. Para 2026 e 2027, as previsões também são de 3,5% para os dois anos.

A estimativa para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

Para 2025 e 2026, as metas de inflação estão fixadas em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em dezembro de 2023, a inflação do país foi de 0,56%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o IPCA fechou o ano passado com alta acumulada de 4,62%. Os dados de janeiro serão divulgados pelo IBGE na quinta-feira (8).

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros – a Selic – definida em 11,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O comportamento dos preços já levou o BC a cortar os juros pela quinta vez consecutiva, em um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.

Em comunicado, o Copom indicou que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista “necessária para o processo desinflacionário”. O órgão informou que a interrupção dos cortes dependerá do cenário econômico “de maior prazo”.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 9% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é que a taxa básica caia para 8,5% ao ano e se mantenha nesse patamar em 2026 e 2027.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Por outro lado, quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Minha Casa, Minha Vida entrega imóveis para mais de 1,3 mil famílias

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O programa Minha Casa, Minha Vida entregou nesta terça-feira (6) as chaves de imóveis para 1.328 famílias em quatro estados. A maior entrega ocorreu em Magé, no Grande Rio, onde 832 famílias foram beneficiadas.

Nos mais de 800 apartamentos em Magé, viverão mais de 3,3 mil pessoas. Entre elas, está Selma Fonseca, de 52 anos de idade, o marido e duas filhas.

“Nunca tive casa própria. Eu moro hoje numa casa cedida pelo meu pai. Só em saber que eu vou ter um apartamento no meu nome, fico muito feliz”, comemorou Selma ao receber as chaves do imóvel.

Lilian Azevedo, de 44 anos de idade, é vigilante, mas no momento está desempregada. Ela disse que ter um imóvel próprio traz um sentimento de segurança para ela e os dois filhos. “Eu moro no quintal do meu irmão, numa casa emprestada. É um sonho realizado”.

Aos 61 anos de idade e desempregada, Luciene Abreu nunca teve um imóvel próprio, assim como as duas vizinhas. “Lutei toda a minha vida pela casa própria. Acho que agora eu consegui”, disse, emocionada.

Segundo o governo federal, a construção desses imóveis estava parada desde 2017 e só foi retomada em maio do ano passado. “Não é possível [esse atraso]. No Brasil, tem gente que tem casa e não precisa de casa. Mas tem uma parte da população que não tem casa e nem sequer dinheiro para pagar aluguel. É dessa gente que o governo tem que cuidar”, disse o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que participou da cerimônia de entrega dos apartamentos em Magé.

Além dos apartamentos em Magé, foram entregues 200 imóveis em Paracatu (MG), 152 em Euclides da Cunha (BA) e 144 em Santo Antônio da Posse (SP).

Lula anuncia construção de institutos federais na Baixada Fluminense

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Nesta terça-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou 832 unidades habitacionais dos conjuntos Lírio do Vale e Lotus, em Magé, no Rio de Janeiro, construídos com recursos do programa Minha Casa, Minha Vida. O presidente também anunciou a criação de institutos federais na Baixada Fluminense.

Durante seu discurso, Lula afirmou que o governo precisa cuidar do povo mais pobre e anunciou a criação de institutos federais de educação em cidades da Baixada Fluminense.

“O povo mais humilde desse país precisa do governo. Esse é o povo que ao longo da história foi esquecido, o povo que só é lembrado pelos políticos na época da eleição. Na época da eleição, o pobre é a coisa mais importante da face da terra. Na época da eleição, qualquer candidato xinga banqueiro, xinga empresário e fala bem do pobre, mas na hora de governar, governa para o empresário, para os banqueiros e o pobre fica esquecido”, disse.

O investimento total nos empreendimentos entregues hoje foi de R$ 52,4 milhões, por meio do Fundo de Arrendamento Residencial do Ministério das Cidades. São 496 apartamentos no Residencial Lotus e 336 no Residencial Lírio do Vale, que beneficiarão 3.328 pessoas. A construção e a entrega dos imóveis estavam atrasadas desde 2017 e apenas em maio de 2023 o processo começou a ser desenrolado.

Entre as 832 famílias que vão morar no local, 587 participam do Programa Bolsa Família ou do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e receberam os apartamentos por contratos de doação. A prefeitura de Magé também concederá isenção de IPTU e ITBI a todos os moradores do empreendimento.

Ainda durante seu discurso, Lula afirmou que vai investigar o cadastro de uma das beneficiárias das moradias, que recebe apenas R$ 300 do Bolsa Família e não R$ 600, conforme estabelecem as regras do programa.

“Essa dona Ana que ganhou a casa, essa mulher tem uma mãe com mal de Alzheimer, essa mulher tinha um filho com problema também e tem um neto com problema. E é ela que cuida e ganha R$ 300 por mês. Se o Estado não ajudar, quem vai ajudar essa mulher?”, disse ele ao emendar: “ela deveria estar ganhando no mínimo R$ 600. Eu vou ver se aconteceu alguma coisa.”

Institutos federais

Os residenciais estão localizados próximo a escolas, postos de saúde e têm infraestrutura urbana já construída. Lula ainda anunciou a construção de institutos federais em Magé e outros municípios da Baixada Fluminense.

“Quero avisar que até 2026 vai ter aqui em Magé um instituto federal para formar esses meninos de Magé”, disse. “Vamos fazer um aqui, um em Belford Roxo, um em São Gonçalo, um em Teresópolis, um no Complexo do Alemão e um na Cidade de Deus, para a gente levar possibilidade dos filhos das pessoas mais humildes a aprender uma profissão”, acrescentou Lula.

Para o presidente, o Rio de Janeiro “não nasceu para sair nas páginas policiais” e prometeu, ainda, mais investimentos em áreas como as indústrias naval e petrolífera. “[O Rio de Janeiro] não nasceu para ser dominado pelo crime organizado, porque o crime organizado é uma minoria. A maioria dos cariocas é gente decente”, afirmou.

Entregas simultâneas

Durante a solenidade com o presidente Lula, em transmissão simultânea, o governo federal também entregou 200 unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida no município de Paracatu, em Minas Gerais; 152 em Euclides da Cunha, na Bahia; e 144 em Santo Antônio da Posse, em São Paulo.

Juntos, os empreendimentos beneficiarão 1.984 pessoas, todos com infraestrutura urbana e equipamentos públicos próximos.

No município mineiro, o Residencial Vida Nova I recebeu investimento de R$ 13,8 milhões. Em Euclides da Cunha, o Residencial Ararinha Azul recebeu R$ 13,7 milhões em recursos. Já o Residencial Adalberto Bergo, em Santo Antônio da Posse, teve R$ 15,2 milhões para a construção dos apartamentos.

Socorro a aéreas não terá dinheiro do Tesouro, diz Haddad

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (5) que um eventual fundo para auxiliar no financiamento de empresas aéreas em dificuldades não contará com recursos do Tesouro Nacional. Essa declaração foi feita após um encontro com economistas na sede do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro.

“Estamos realizando uma avaliação da situação. Vamos entender melhor o que está acontecendo, e não está nos nossos planos um socorro com recursos do Tesouro. O que está eventualmente em discussão é viabilizar uma reestruturação do setor, sem envolver despesas primárias”, afirmou.

Segundo Haddad, até fevereiro será apresentado um diagnóstico e uma proposta. O ministro enfatizou que o custo do querosene de aviação não pode ser utilizado como justificativa para o aumento no preço das passagens.

“Durante o nosso governo [em 2023], o preço do querosene de aviação caiu, não podendo ser justificativa para o aumento das passagens aéreas.”

No último dia 25, a companhia aérea Gol, uma das três principais do país, entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. De acordo com um comunicado, a empresa encerrou 2023 com uma dívida de mais de R$ 20 bilhões.

Isenção

Questionado sobre a pressão de varejistas para que o governo recue da isenção para compras internacionais de até US$ 50 – cerca de R$ 250 – o ministro afirmou que o assunto está sendo discutido em uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal e pelo Congresso.

“Nós vamos discutir, Executivo, Legislativo e Judiciário, qual é a melhor solução para isso”, afirmou.

No entanto, Haddad destacou o funcionamento do programa Remessa Conforme. “Caiu muito a questão do contrabando que envolvia até a remessa de droga para o Brasil. Isso acabou”, aponta.

O Remessa Conforme oferece a isenção até US$ 50 para empresas de comércio eletrônico que se comprometam a fornecer informações sobre origem, destinação e conteúdo das remessas. Com os dados, a Receita Federal tem à disposição, de forma antecipada, as informações necessárias para a aplicação do gerenciamento de risco das remessas internacionais, tendo mais tempo para definir as mercadorias escolhidas para fiscalização.

Haddad pede ao Congresso consciência para responsabilidade fiscal

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Nesta segunda-feira (5), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu ao Congresso Nacional que tenha consciência da Lei de Responsabilidade Fiscal ao discutir qual será a apreciação da medida provisória da reoneração da folha de pagamento de empresas consideradas grandes empregadoras.

As declarações foram feitas na saída de um evento com economistas, na sede do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), no Rio de Janeiro.

A MP editada pelo governo prevê a reoneração gradual de impostos em 17 setores da economia. No fim do ano passado, o Congresso havia aprovado a prorrogação da isenção de impostos para essas empresas por mais 4 anos, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a medida. Em seguida, o Congresso derrubou o veto presidencial.

O tema é uma das prioridades do Congresso, que retoma as atividades nesta segunda-feira após o recesso legislativo. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem defendido uma solução negociada para a MP da reoneração da folha.

Déficit zero

Para o governo, a volta da oneração é um dos caminhos para aumentar a arrecadação e buscar a redução do déficit público. “Nós vamos sentar com os líderes e abrir os números. O importante, neste momento, é que o Congresso tome consciência dos números do orçamento aprovado no ano passado”, disse Haddad.

O ministro explicou que a decisão dos parlamentares precisa estar em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal. “Precisamos que qualquer gesto do Congresso na direção de um setor da economia seja compensado por medidas que equilibrem o orçamento”, afirmou.

“Nós temos que ter essa clareza de que existe uma lei complementar à qual as leis ordinárias estão subordinadas. É o caso da LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias], é o caso da Lei Orçamentária”, completou.

O ministro da Fazenda manifestou que há abertura no governo para ajustes. “Se o Congresso entender que há outras alternativas a serem consideradas, obviamente nós vamos para a mesa ouvir”, declarou.

Saiba os temas que devem ser votados pelo Congresso em 2024

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Na sessão solene marcada para esta segunda-feira (5), o Legislativo abre oficialmente as atividades de 2024. Na cerimônia, programada para começar às 15h, estão previstas as leituras das mensagens dos Poderes Executivo e Judiciário enviadas ao Congresso Nacional. A mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve detalhar as prioridades do governo no parlamento.

Entre os projetos que devem ser discutidos neste ano no Congresso Nacional, destacam-se as medidas de regulamentação da reforma tributária aprovada no ano passado. Isso porque a Emenda Constitucional 132, que instituiu a reforma tributária, ainda precisa de regulamentação via leis complementares para as principais mudanças começarem a valer.

Os projetos devem ser enviados pelo Executivo e vão tratar sobre a forma de cobrança do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS); o funcionamento do comitê gestor dos recursos do IBS; a compensação de eventuais perdas de receita para estados, Distrito Federal e municípios; e sobre os regimes diferenciados e reembolsos de créditos previstos na reforma.

Outros temas que devem ocupar os deputados federais e senadores neste início de ano são a reoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, instituída pela Medida Provisória (MP) 1.202, e os vetos presidenciais ao orçamento, que cortaram R$ 5,6 bilhões de emendas parlamentares.

Também devem entrar na pauta de votações neste ano no Congresso Nacional a reforma do Código Civil, a regulação da Inteligência Artificial (IA), a chamada minirreforma eleitoral e medidas para a transição ecológica, como o projeto para o mercado regulado de carbono e a regulação do mercado do hidrogênio verde.

A reforma tributária sobre a renda prometida pelo governo também pode ser discutida neste ano. Além disso, a Câmara e o Senado devem analisar 20 Medidas Provisórias (MP) já editadas pelo Executivo.

Por ser um ano eleitoral, existe também a expectativa de que temas importantes se concentrem no primeiro semestre do ano, já que o segundo semestre será marcado pelas eleições de prefeitos e vereadores, o que costuma reduzir o nível de votações na Câmara e no Senado.

O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que vai priorizar neste ano a alteração do Código Civil. No ano passado, o Senado instalou uma comissão de juristas para sugerir mudanças na legislação em vigor. A expectativa é que o anteprojeto seja entregue aos parlamentares em abril.

IA e Fake News

Outro tema prioritário para Pacheco e para o governo é a regulação do uso da inteligência artificial. A medida aguarda o relatório do senador Eduardo Gomes (PL-TO) na Comissão Temporária sobre Inteligência Artificial (CTIA). Na semana passada, a União Europeia deu aval às primeiras regras do mundo para inteligência artificial.

Outro tema que tem ganhado a atenção do governo federal e dos parlamentares e pode ser aprovado neste ano é o projeto de lei 2630, conhecido como “PL das Fake News”, que prevê regular as redes sociais para combater a desinformação. Um texto sobre o tema chegou a tramitar no ano passado, mas teve a votação suspensa após pressão das empresas de tecnologia.

Lula anuncia novos institutos federais e R$ 1,3 bi para Rodoanel em SP

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Nesta sexta-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a criação de mais 12 institutos federais de educação no estado de São Paulo, junto ao repasse de R$ 1,3 bilhão para a conclusão das obras do eixo norte do Rodoanel. Ele especificou que os municípios de Santos e São Vicente serão contemplados com um instituto cada e destacou a importância de utilizar esses recursos para impulsionar a economia local.

“Qual é a aptidão da cidade de Santos? Esses jovens têm que estudar cursos que possam servir para aprimorar o crescimento econômico e o desenvolvimento tecnológico da cidade em que o instituto é criado”, disse.

O presidente participou da cerimônia em Santos (SP) para celebrar os 132 anos do Porto de Santos e anunciar as obras do túnel Santos-Guarujá, no litoral paulista. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também esteve presente, e Lula adiantou a informação sobre a aprovação do financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as obras do Rodoanel.

“O BNDES aprovou R$ 1,3 bilhão para o estado de São Paulo para o eixo norte do Rodoanel, e logo logo você irá receber a notícia do [presidente do BNDES] Aloízio Mercadante.”

Em março de 2023, a proposta da Via Appia Fundo de Infraestrutura e Participações venceu o leilão do Rodoanel. O projeto prevê a concessão dos serviços públicos de operação, manutenção e realização dos investimentos para a exploração do sistema rodoviário por 31 anos.

O eixo norte do Rodoanel é o último trecho que falta para integrar todas as rodovias que circundam a cidade de São Paulo. As obras estavam paradas desde 2018. O trecho terá 44 quilômetros e completará o Rodoanel nos seus 177 quilômetros.

As obras do sistema foram iniciadas em 1998 com o objetivo de desafogar o trânsito na capital, principalmente de caminhões. O primeiro trecho foi entregue em 2002. A previsão é que as obras do trecho norte sejam concluídas em 2025, estimando-se uma redução na circulação de 18 mil caminhões por dia dentro da capital. O trecho principal tem 44 quilômetros de extensão, com três a quatro faixas por sentido e sete túneis duplos, abrangendo os municípios de São Paulo, Guarulhos e Arujá.

Pequenas empresas respondem por 8 em cada 10 empregos criados em 2023

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O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), conduziu uma pesquisa que apontou que as micro e pequenas empresas (MPE) foram responsáveis por oito em cada dez empregos criados na economia em 2023.

Os dados revelam que, do saldo de 1,48 milhão de novos empregos acumulados no ano passado, os pequenos negócios contribuíram com 1,18 milhão de novas vagas, o que corresponde a 80,1%. Enquanto isso, as médias e grandes empresas (MGE) foram responsáveis por 209,99 mil vagas, equivalente a 14,2% do total.

Este é o terceiro ano consecutivo em que as micro e pequenas empresas lideram na geração de novos postos de trabalho no país. Em 2023, o setor de serviços se destacou como líder na criação de empregos, gerando um total de 631 mil novas vagas ao longo do ano. Por outro lado, as médias e grandes empresas contribuíram com um saldo de 181,87 mil novos empregos.

Destaques

“Outros setores, como comércio (263,25 mil vagas) e construção (180,52 mil), se destacaram entre as micro e pequenas empresas, sem nenhum dos setores registrando saldo negativo entre janeiro e dezembro”, informou o Sebrae.

Entre as atividades econômicas, os destaques no ano passado foram para os segmentos de restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas, com 69 mil contratações; construção de edifícios, com um saldo de 58,1 mil vagas, e comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – hipermercados e supermercados -, com 47,9 mil vagas.

Em dezembro de 2023, a diferença entre o total de admissões e demissões foi similar ao que ocorreu nos últimos anos, com um saldo negativo de 430 mil vagas. Entre as micro e pequenas empresas, foram fechados 178 mil postos de trabalho. Em relação às médias e grandes empresas, o saldo negativo foi de 195 mil vagas.

“Do saldo total de postos encerrados, as micro e pequenas empresas (MPE) representaram 41,4%, enquanto as MGE corresponderam a 45,4%. No entanto, comparando o saldo negativo do último mês de dezembro com o saldo de dezembro de 2022, quando foram encerrados 455,7 mil postos de trabalho, é possível constatar que houve uma redução no número de empregos encerrados”, explicou o Sebrae.

Entre as atividades que mais contribuíram para a geração de empregos em dezembro de 2023 estão o comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – hipermercados e supermercados -, com 7,6 mil vagas; a atividade de comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, com 4,8 mil empregos, e hotéis e similares, com 3,6 mil novas vagas, concluiu o Sebrae.

Produção da indústria fecha 2023 com alta de 0,2%

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a produção industrial do país registrou um aumento de 1,1% em dezembro, marcando o quinto mês consecutivo de resultados positivos. Assim, a indústria brasileira encerra 2023 com um crescimento de 0,2%. Em 2022, houve uma queda de 0,7%. Esses dados foram divulgados nesta sexta-feira (2) no Rio de Janeiro, pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM).

Esse resultado eleva a produção das fábricas para um nível superior ao período pré-pandemia, com um aumento de 0,7% em relação a fevereiro de 2020. No entanto, o setor produtivo ainda está 16,3% abaixo do maior nível já registrado em maio de 2011.

Apesar do fechamento positivo do ano passado, apenas nove dos 25 ramos pesquisados apresentaram crescimento na produção. Os principais destaques positivos foram observados nas indústrias extrativas, nos produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, e nos produtos alimentícios.

Por outro lado, algumas atividades apresentaram indicadores negativos, como veículos automotores, produtos químicos, máquinas e equipamentos, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, além de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos.

Semestres distintos

Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, 2023 apresentou dois períodos distintos. O primeiro semestre foi caracterizado por um desempenho predominantemente negativo da indústria em geral, com uma queda de 0,3%. Já no segundo semestre, houve uma melhora no ritmo da produção industrial, resultando em um crescimento de 0,5%.

“Isso também se torna evidente quando observamos o indicador mês a mês em relação ao mês imediatamente anterior, com cinco meses consecutivos de taxas positivas, culminando com a expansão de 1,1% em dezembro. Com isso, o acumulado do ano, que ficou negativo em grande parte de 2023, passou para o campo positivo”, observa.

O pesquisador do IBGE explica que o resultado de 2023 é considerado praticamente estável, ou seja, um crescimento modesto. Entre os fatores que contribuíram para o desempenho da indústria, ele destaca o comportamento positivo do mercado de trabalho, com aumento na massa de rendimentos e inflação controlada, especialmente no segmento de produtos alimentícios.

Esta semana, o IBGE divulgou que a taxa média de desemprego do ano passado ficou em 7,8% – a menor desde 2014. Já a inflação oficial encerrou o ano passado em 4,62%.

“Vale destacar também a contribuição positiva das exportações, especialmente no que se refere às commodities [matérias-primas básicas negociadas com preços internacionais]. Também observamos ao longo do ano o início da flexibilização na política monetária com a redução na taxa de juros”, finaliza.