O acordo global de financiamento climático de US$ 300 bilhões anuais, firmado na COP29 em Baku, Azerbaijão, foi considerado insuficiente por organizações ambientalistas e países em desenvolvimento. Apesar do objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C, a meta ficou muito aquém do pedido de US$ 1,3 trilhão anuais das nações mais vulneráveis, que viram na decisão um descaso. Além disso, a diversidade de fontes de financiamento proposta, incluindo recursos privados, gerou críticas por potencialmente aumentar o endividamento das nações mais afetadas e desviar a responsabilidade histórica dos países desenvolvidos, conforme apontaram Greenpeace e Observatório do Clima.
Com a próxima COP30 marcada para 2025 no Brasil, a expectativa é que o país assuma um papel de liderança em negociações mais ambiciosas. Como anfitrião, o Brasil terá o desafio de mobilizar recursos adicionais e recuperar a confiança internacional em um contexto de decisões climáticas desgastadas. A apresentação da nova NDC brasileira, com metas de redução de emissões entre 59% e 67% até 2035, e neutralidade climática até 2050, reforça o protagonismo do país, mas demanda esforços para pressionar por ações mais robustas e inclusivas.
Entidades como WWF-Brasil e WRI Brasil destacaram que o acordo atual não contempla as necessidades urgentes de adaptação e compensação por perdas e danos, impactando desproporcionalmente países menos desenvolvidos. Críticas também foram direcionadas à influência das indústrias fósseis na COP29, comprometendo o princípio de justiça climática. A ministra Marina Silva reforçou que os recursos não são apenas para benefício dos países em desenvolvimento, mas para uma resposta global à emergência climática, enfatizando as obrigações dos países ricos de acordo com o Acordo de Paris.