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Lula: descontinuidade de obras é “uma das desgraças” que afetaram país

Nesta sexta-feira (19), durante sua visita a empreendimentos retomados pelo governo federal no Nordeste, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a descontinuidade de obras como “uma das desgraças do nosso país”. Ontem (19), em Salvador, ele assinou um acordo de parceria para a criação do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia. Em seguida, esteve em Pernambuco para participar das cerimônias de retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima. Atualmente no Recife, o presidente assinou o termo de compromisso para a construção de uma Escola de Sargentos.

A agenda presidencial inclui ainda a assinatura do decreto que cria o Campus Avançado do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) em Fortaleza (CE).

Descontinuidade de obras

Durante a cerimônia de assinatura do termo de compromisso para a construção da Escola de Sargentos, Lula destacou que “uma das desgraças do nosso país é a descontinuidade das obras públicas feitas nas prefeituras, nos estados e no governo federal”.

Ele acrescentou, dizendo que “basta mudar de governo para que as obras sejam paralisadas, porque cada governante quer criar a sua marca e deixar o seu legado pessoal”. Lula relembrou que, ao iniciar seu terceiro mandato presidencial, deparou-se com mais de 10 mil obras paradas.

“Estou inaugurando casas que comecei a levantar em 2010, e que ficaram paralisadas”, enfatizou.

Abreu e Lima

O presidente da República referiu-se ao caso da Refinaria Abreu e Lima, onde esteve presente ontem, destacando que, quando concluída, a refinaria terá a capacidade de refinar 260 mil barris de petróleo por dia. Ele enfatizou que isso resultará em um aumento de R$ 100 bilhões no faturamento anual da Petrobras, com o estado de Pernambuco recebendo uma participação de R$ 8 bilhões.

Lula afirmou que a retomada da refinaria, anunciada no dia anterior, envolverá um investimento de R$ 8,6 bilhões. Essa obra será parte do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê investimentos totais de R$ 46,8 bilhões em Pernambuco. Deste montante, R$ 18,2 bilhões serão destinados a projetos realizados exclusivamente no estado, enquanto R$ 28,6 bilhões beneficiarão projetos que também impactam outros estados.

Escola de Sargentos

Sobre a nova escola de formação de sargentos, Lula explicou que esta iniciativa “representa muito bem o Brasil que queremos e estamos construindo.” Ele destacou que o projeto envolve praticamente a criação de uma nova cidade no município de Abreu e Lima, com capacidade para abrigar 2,2 mil alunos e 1,9 mil militares, instrutores e responsáveis pela operação do campus. O objetivo é reunir em um único local as atividades atualmente distribuídas em 19 organizações militares de todo o Brasil.

Quando concluído, o empreendimento receberá sargentos em formação de diversas partes do país. Lula ressaltou que a nova escola do Exército será uma das maiores, contando com investimentos superiores a R$ 2 bilhões. Ele enfatizou que esse empreendimento tem o potencial de transformar as vidas das pessoas na região, gerando mais de 11 mil empregos diretos e 17 mil empregos indiretos apenas durante a fase de construção. No entanto, ele destacou que isso é apenas o começo.

Movimento reverso

Lula acrescentou que a economia local passará por transformações significativas. “Novos negócios surgirão para atender a população de alunos, instrutores e familiares que residirão na escola. Anteriormente, os pernambucanos e outros nordestinos que buscavam uma carreira militar precisavam se deslocar para o Sul ou Sudeste para receber sua formação. Com a nova escola, veremos um movimento reverso, com brasileiros de todos os estados impulsionando a economia e enriquecendo ainda mais a diversidade cultural”, afirmou.

De acordo com o Palácio do Planalto, este é o maior projeto do Exército desde a construção da Academia Militar das Agulhas Negras, na década de 1940, na cidade de Resende, no estado do Rio de Janeiro. O projeto reunirá 16 estruturas de ensino que atualmente formam sargentos de carreira da força, na Região Metropolitana do Recife.

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